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Contagem de Esperma pode estar diminuindo

Nos últimos 50 anos, a contagem de esperma humano parece ter caído mais de 50% em todo o mundo, de acordo com uma metanálise atualizada que acaba de ser publicada no Human Reproduction Update.

Se as descobertas forem confirmadas e o declínio continuar, os fatos podem ter implicações importantes para a reprodução humana. Os pesquisadores dizem que também seria um prenúncio do declínio da saúde dos homens em geral, já que a qualidade do sêmen pode ser um marcador importante da saúde geral.

Vamos aos dados

No geral, os pesquisadores determinaram que a contagem de esperma caiu pouco mais de 1% ao ano, entre 1973 e 2018. O estudo concluiu que, globalmente, a contagem média de esperma caiu 52% até 2018.

Quando os pesquisadores do estudo restringiram a análise a determinados anos, descobriram que o declínio na contagem de esperma parecia estar se acelerando, de uma média de 1,16% ao ano, após 1973, para 2,64% ao ano, após 2020.

Em nível populacional, a contagem média de espermatozoides caiu de 104 milhões para 49 milhões por mililitro de 1973 a 2019.

Além da quantidade, as evidências também apontam uma queda na qualidade dos gametas masculinos: a porcentagem de células aptas a entrar no óvulo vem sofrendo baixas consideráveis nas últimas décadas.

Causas do declínio são desconhecidas

Os autores do estudo dizem que não obtiveram dados suficientes das diferentes regiões para poder dizer se alguns países tinham contagens médias de esperma mais baixas do que outros ou se as contagens de esperma estavam diminuindo mais rapidamente em certas áreas. Dados de 53 países foram incluídos na revisão no final.

Os autores também não analisaram o que poderia estar causando esse declínio, o que deve ainda ser estudado. Em outra pesquisa, os mesmos pesquisadores identificaram alguns fatores associados a contagens mais baixas de esperma.

“Eles descobriram que os danos à saúde reprodutiva podem começar no útero. O estresse da mãe, o tabagismo materno e especialmente a exposição a produtos químicos sintéticos presentes no plástico, como os ftalatos, prejudicam o desenvolvimento do sistema reprodutor masculino”, afirma o especialista em Reprodução Assistida, Alexandre Lobel, diretor da Clínica Venvitre.

O estilo de vida também pode desempenhar um papel importante na quantidade e qualidade do esperma. “Obesidade, falta de atividade física e dietas ricas em alimentos ultraprocessados podem também ser culpados nesse caso. Os mesmos fatores que prejudicam a saúde em geral costumam prejudicar também a qualidade do sêmen”, destaca o médico.

Adiamento da Maternidade entre cirurgiãs

Que o mercado de trabalho vem mudando muito com a forte presença feminina, já sabemos. Mas agora, começam a surgir pesquisas sobre como as mulheres estão sendo fortemente impactadas em seus desejos reprodutivos pelo mercado de trabalho. Recentemente, tivemos contato com uma nova pesquisa, apresentada durante o encontro anual da Sociedade Americana de Reprodução, que apontava que mais de 80% das médicas relataram o adiamento da maternidade em algum momento de sua carreira devido às demandas  da Medicina.

Para elas, as decisões sobre os investimentos na carreira e as decisões sobre a formação da família estão sempre sendo colocadas em xeque. Um outro estudo destaca, agora, as dificuldades que as cirurgiãs encontram na condução da sua vida profissional. Os pesquisadores encontraram dois aspectos que chamam muita atenção: maior risco de infertilidade e de complicações na gravidez, devido ao  adiamento da maternidade.

A cirurgiã e a infertilidade

A pesquisa mostrou que as cirurgiãs, em comparação com cirurgiões do sexo masculino, tiveram menos filhos biológicos (média de 1,8 vs 2,3), eram mais propensas ao adiamento da gravidez devido ao treinamento cirúrgico (65,0% vs 43,7%) e eram mais propensas a precisar empregar as tecnologias de reprodução assistida (24,9% vs 17,1%).

Os dados revelam um preço bastante alto para aquelas cujas aspirações de ter filhos se sobrepõem ao tempo necessário para o treinamento na carreira cirúrgica. Embora estudos anteriores já tivessem relatado um risco maior de infertilidade e resultados adversos da gravidez entre os médicos, extrapolar esses resultados para os cirurgiões era difícil devido à duração, intensidade e natureza física do treinamento e da prática cirúrgica.

Para chegar a esses resultados, a equipe de pesquisadores conduziu um questionário autoadministrado que foi distribuído eletronicamente e coletada por meio de várias sociedades cirúrgicas, nos EUA, entre cirurgiãs tinham filhos e cirurgiãs que não tinham filhos. As cirurgiãs que viviam um relacionamento homoafetivo foram excluídas do estudo devido à incerteza sobre quem gerou o bebê.

Dados interessantes, que podem ajudar os especialistas em Reprodução Assistida a abordar planejamento reprodutivo com as cirurgiãs, foram coletados:

  • As cirurgiãs eram, em geral, mais velhas do que seus parceiros não cirurgiões quando tiveram seu primeiro filho (idade média de 33 vs 31) e eram mais propensas a trabalhar mais de 60 horas por semana durante a gravidez (56,6% vs 10,0%);
  • Além disso, 42% das cirurgiãs relataram pelo menos uma perda gestacional, o que, é mais que o dobro da taxa relatada na população geral de mulheres de 30 a 40 anos. Estudos sugerem que o trabalho noturno consistente e trabalhar mais de 40 horas por semana estão associados a riscos maiores de perda gestacional espontâneo;
  • Finalmente, a equipe também descobriu que, em comparação com parceiros não cirurgiões, as cirurgiãs eram mais propensas a ter distúrbios musculoesqueléticos (36,9% vs 18,4%), parto cesáreo não eletivo (25,5% vs 15,3%) e depressão pós-parto (11,1% vs 5,7%).

Lições do estudo para o consultório

“Fica claro que mudar a cultura cirúrgica para apoiar a gravidez é fundamental para reduzir o risco de infertilidade e de complicações graves na gravidez. Mas isso não é fácil nem na cirurgia, nem na medicina, nem em outras áreas profissionais. Vivemos um dilema atual sério hoje: uma grande presença feminina no mercado de trabalho e pouca informação disponível sobre planejamento reprodutivo para essa força de trabalho feminina”, afirma o especialista em Reprodução Assistida, Alexandre Lobel, diretor da Clínica Venvitre.

Taxa de Sucesso da FIV: saiba mais

Mais de 9 milhões de bebês já nasceram em todo o mundo graças ao emprego das Tecnologias de Reprodução Assistida, como a Fertilização in Vitro, FIV. Mas o tratamento, que pode ser desafiador física e emocionalmente, nem sempre é bem-sucedido.

Em novembro de 2022, o mundo parou para ler a entrevista de  Jennifer Aniston à  revista Allure, onde a atriz fala francamente sobre seus esforços malsucedidos para engravidar por meio da FIV, durante anos. Por fim, Aniston disse à revista que “daria qualquer coisa” para que alguém lhe dissesse para congelar seus óvulos, quando era mais jovem, teria sido mais eficaz.

“Embora a Fertilização in Vitro seja o tratamento mais exitoso, dentre as Técnicas de Reprodução Assistida, ele não é recomendado para todos as pacientes, ele não é a cura universal da infertilidade. É preciso ter muita clareza sobre as indicações e as limitações da FIV”, explica Alexandre Lobel, especialista em Reprodução Assistida, diretor da Clínica Venvitre.

Saiba mais sobre o procedimento

  • Taxa de sucesso da FIV

taxa de sucesso para qualquer mulher que passará por uma FIV depende de sua idade, do número de ciclos que ela fará para desenvolver embriões viáveis e de sua saúde geral. Em um relatório de 2019, a Sociedade de Tecnologias Reprodutivas Assistidas (SART) descobriu que 55% das mulheres com menos de 35 anos tiveram um nascimento vivo após um ciclo de FIV. O número cai para 4,3% para mulheres com mais de 42 anos. “Portanto, a FIV não é a cura para todo tipo de infertilidade, não há garantias disso”, diz Alexandre Lobel.

  • Duração da FIV

A linha do tempo pode variar, mas um ciclo de Fertilização in Vitro, FIV, pode levar de duas a três semanas desde o início das injeções hormonais até a implantação dos embriões no útero. Se um teste genético for realizado, pode-se adicionar mais duas a quatro semanas ou mais ao processo. De forma resumida, as pacientes passam pela estimulação ovariana com medicamentos autoadministrados. As injeções de hormônios estimulam a produção de óvulos. Durante esse período, as pacientes realizam exames de sangue e ultrassons para verificar a maturidade dos óvulos”, explica o diretor da Venvitre. Depois de alguns dias, após o início da medicação, os óvulos  são aspirados e coletados por uma agulha normalmente inserida na vagina usando um ultrassom guiado.  Após a coleta, óvulo e espermatozoide se encontram no laboratório. E depois de cinco a seis dias,  o embrião está pronto para ser transferido para o útero da paciente. Testes genéticos pré-implantacionais podem adicionar semanas ao processo.

  • FIV e dor

A Fertilização in Vitro pode ser mental, física e emocionalmente dolorosa. Em muitos casos, uma das maiores queixas é o inchaço e a dor que algumas mulheres enfrentam durante o processo de estimulação ovariana, quando os hormônios são injetados para produzir vários óvulos para a captação.  “O processo pode ser especialmente difícil se a chance de sucesso não for alta ou se uma pessoa já tiver feito uma Fertilização in Vitro que falhou. Os tratamentos também aumentam os níveis de estrogênio, fazendo com que algumas pessoas fiquem ansiosas, irritadas e mal-humoradas”, diz o médico.

  • Indicação do procedimento

Quanto tempo depois de tentar engravidar alguém deve considerar a Fertilização in Vitro? Para mulheres com menos de 35 anos, recomenda-se tentar conceber naturalmente por pelo menos um ano antes de iniciar um tratamento de Reprodução Assistida. Para mulheres com mais de 35 anos, a orientação é considerar os tratamentos de Reprodução Assistida, inclusive a FIV, após seis meses de tentativas. “Pessoas com distúrbios hormonais, como síndrome dos ovários policísticos ou endometriose podem ser aconselhadas a considerar as tecnologias reprodutivas mais cedo”, afirma Alexandre Lobel.

  • Aumento das chances de sucesso

Existem maneiras de aumentar as chances de sucesso com a Fertilização in Vitro? As pacientes são aconselhadas a parar de fumar e limitar o consumo de álcool durante o tratamento de Fertilização in Vitro. Mas há pouco o que uma pessoa possa fazer para realmente aumentar as chances de engravidar.  “ A idade é o determinante mais importante do sucesso da FIV,  portanto, quanto mais jovem a paciente, melhores suas chances”, diz o diretor da Venvitre.

Problemas de Infertilidade são subdiagnosticados

Uma em cada oito mulheres e um em cada dez homens tem problemas de infertilidade, mas quase metade dessas pessoas não procura ajuda médica para o problema, aponta  um estudo realizado com mais de 15.000 mulheres e homens, na Grã-Bretanha, publicado na Human Reproduction.

O estudo constatou que, daqueles que relataram ter passado por problemas para engravidar, 42,7% das mulheres e 46,8% dos homens não procuraram ajuda médica. Aqueles que procuraram ajuda tiveram maior probabilidade de ter qualificações educacionais mais altas e melhores empregos em comparação com aqueles que não procuraram ajuda.

“O dado que mais surpreende neste estudo é o fato de que quase metade dos participantes com problemas de fertilidade não procurou ajuda médica”, afirma Alexandre Lobel, especialista em Reprodução Assistida, diretor da Clínica Venvitre.

Entenda melhor o estudo

Ao todo, os pesquisadores analisaram dados de 15.162 mulheres e homens, com idades entre 16 e 74 anos, que participaram da terceira Pesquisa Nacional Britânica de Atitudes Sexuais e Estilos de Vida (Natsal-3), entre 2010 e 2012.

Eles descobriram que a prevalência de infertilidade era mais alta entre mulheres de 35 a 44 anos e entre homens de 35 a 54 anos. Mais de um terço das mulheres que se tornaram mães com 35 anos ou mais experimentou um período de infertilidade em comparação com menos de uma em cada dez mulheres que tiveram seu primeiro filho antes dos 25 anos.

“A infertilidade foi mais provável de ser vivenciada por pessoas que se casaram ou moravam juntas no momento em que foram entrevistadas para o estudo, provavelmente refletindo o fato de que aqueles em relacionamentos estáveis ​​são mais propensos a tentar engravidar e, portanto, tomar conhecimento de problemas de fertilidade”, destaca o diretor da Clínica Venvitre.

experiência de infertilidade foi mais comum entre pessoas com status socioeconômico mais alto, incluindo mulheres com diploma universitário e mulheres e homens em emprego gerencial, profissional ou técnico. Uma das descobertas importantes e preocupantes do estudo é a diferença no nível educacional e no status do trabalho entre as pessoas que buscaram ajuda para infertilidade e as que não o fizeram.

Com base em descobertas de outros estudos, os pesquisadores sugerem que possíveis razões para as desigualdades entre aqueles que procuraram e não procuraram ajuda para infertilidade incluem não entender ou não reconhecer que existe um problema, medo de ser rotulado como infértil, preocupações com o custo do tratamento, o fardo físico e psicológico do tratamento ou simplesmente não querer engravidar.

Saúde mental

“O estudo também descobriu que mulheres com 50 anos ou menos que tinham problemas de infertilidade tinham maior probabilidade de apresentar sintomas de depressão e sentir insatisfação com sua vida sexual do que aquelas que não tiveram o problema. Essas associações não foram observadas nos homens”, afirma Alexandre Lobel.

Pesquisas anteriores já apontaram associações entre o tratamento para infertilidade e insatisfação sexual. Neste estudo, sintomas de depressão ocorreram nas duas semanas, antes da entrevista com os pesquisadores e a insatisfação sexual, no ano anterior, à entrevista. São necessários mais estudos sobre o impacto, a longo prazo, da infertilidade no bem-estar de mulheres e homens.

Infertilidade Feminina: Fique atenta aos sinais

Esse texto é muito importante pois  lista alguns dos principais sinais de infertilidade feminina que muitas vezes são negligenciados por anos. Portanto, leia-o com atenção!

A maioria das mulheres passa anos tentando não engravidar. E anos depois, percebe que ter um bebê pode ser realmente muito mais difícil do que a maioria das pessoas pensa. Na verdade, cerca de 1 em cada 8 casais terá problemas de fertilidade e cerca de um terço dos casos de infertilidade são por causa de algo que está acontecendo no corpo da parceira.

Infelizmente, a maioria das mulheres não descobre que pode ter problemas para conceber até receber um diagnóstico de um especialista em Reprodução Assistida – o que normalmente ocorre depois que elas já começaram a tentar conceber. Às vezes, porém, há pistas sugerindo que ela pode estar lidando com um problema de fertilidade há algum tempo.

Embora a maioria desses sintomas possa parecer bastante trivial, é recomendado que a mulher relate-os ao seu ginecologista o mais cedo possível. “Diagnosticar e tratar um problema de infertilidade precocemente pode melhorar as chances de engravidar mais tarde”, afirma Alexandre Lobel, especialista em Reprodução Assistida, diretor da Clínica Venvitre.

Ciclos irregulares

Um ciclo menstrual irregular é um grande sinal de infertilidade feminina. Há uma ampla gama de problemas que pode se caracterizar como um ciclo irregular. Mais comumente, são ciclos que ocorrem muito curtos (com menos de 21 dias), muito longos (com mais de 45 dias de intervalo) ou que não ocorrem. Isso normalmente significa que a mulher pode não estar ovulando regularmente, tornando muito difícil conceber.

“Sangramentos intermenstruais também são motivo de preocupação. Existem mulheres que têm ciclos regulares, mas têm sangramento intermenstrual, incluindo sangramento durante a relação sexual, o que pode indicar um problema estrutural como pólipo, mioma ou infecção”, explica o médico.

Além disso, ciclos regulares que experimentam uma mudança significativa na qualidade ou na quantidade de sangue ou ciclos extremamente dolorosos podem ser um indicador de que há um problema subjacente.
Existem várias razões pelas quais o ciclo menstrual pode estar fora de controle – a mulher pode ter um problema de tireoide ou um desequilíbrio hormonal – e, na maioria das vezes, esses problemas podem ser tratados.

Dor pélvica

Se a mulher sente dores durante o ato sexual ou quando vai ao banheiro, há uma boa chance da endometriose estar presente, condição que afeta quase 10% das mulheres em seus anos reprodutivos.

Às vezes, essa dor pélvica pode surgir aleatoriamente sem motivo aparente. A endometriose também causa períodos menstruais muito intensos e/ou dolorosos.

“Na endometriose, o revestimento interno do útero cresce fora do ovário e das tubas uterinas, o que pode afetar a fertilidade distorcendo a anatomia, alterando a função da trompa e diminuindo a funcionalidade do útero para o embrião”, conta Alexandre Lobel.

Embora a endometriose possa dificultar a concepção, muitas mulheres com a condição podem ter gestações bem-sucedidas e saudáveis com o auxílio da Reprodução Assistida.

Pelos em lugares estranhos

Pelos grossos e escuros nos lábios, queixos, garganta ou barriga não são apenas irritantes para as mulheres, eles também podem ser um sinal de síndrome dos ovários policísticos, ou SOP, um distúrbio hormonal comum que pode dificultar a gravidez.

Se a mulher percebeu um crescimento anormal de pelos no rosto e no corpo, talvez seja a hora de ir a ginecologista para descobrir o que está acontecendo. “Se for SOP, o controle de natalidade pode restaurar o equilíbrio hormonal e manter a condição sob controle. O ginecologista também poderá analisar as opções se a mulher relatar o desejo de engravidar”, explica o diretor da Venvitre.

Secreção leitosa das mamas

Se a mulher não estiver grávida ou amamentando e notar uma secreção leitosa saindo das mamas pode estar com altos níveis de prolactina, hormônio responsável pela produção do leite materno.

“Embora isso possa parecer inofensivo, o leite materno pode ser um sintoma de infertilidade feminina. Níveis elevados de prolactina interrompem a forma como os hormônios sexuais são produzidos. Dependendo dos níveis de prolactina, as mulheres podem apresentar infertilidade devido à ovulação irregular ou falta de ovulação”, relata Alexandre Lobel.

É preciso também investigar se não há um problema de tireoide subjacente ou um tumor benigno que está causando o pico de prolactina. O ginecologista poderá prescrever um medicamento para diminuir os níveis de prolactina, dependendo da raiz do problema, para que o ciclo de ovulação volte ao normal.

Ondas de calor

Se a mulher experimenta constantemente ondas de calor ou uma sensação repentina de calor que envolve o corpo, pode estar lidando com a menopausa precoce ou a perimenopausa, dependendo da sua idade. Embora a maioria das mulheres passe pela menopausa por volta dos 50 anos, algumas passarão por isso muito mais cedo.

“A menopausa precoce – que marca o fim dos anos férteis de uma mulher – é um dos problemas de fertilidade mais difíceis de tratar e requer o diagnóstico e a intervenção mais imediatos. Na maioria das vezes, isso ocorre na mesma família, portanto, se a mãe teve menopausa precoce, as chances da filha ter podem ser maiores”, alerta o médico.

Infertilidade feminina não apresenta sintomas

Infelizmente, muitas mulheres com infertilidade não apresentam sinais ou sintomas além de não serem capazes de conceber. E esta é a principal razão pela qual muitas não percebem que podem ser inférteis até que seja tarde demais.

Não ter sinais ou sintomas óbvios de infertilidade, muitas vezes, causa atrasos na avaliação e no tratamento. Dito isto, se você está pensando em engravidar a qualquer momento, em um futuro próximo, vale a pena visitar um especialista em Reprodução Assistida o quanto antes, pois muitas das causas de infertilidade podem ser tratadas quando detectadas precocemente.

Tratamento de Infertilidade e sofrimento masculino

O tratamento da infertilidade é hoje uma das poucas áreas médicas que se concentra quase que exclusivamente na experiência e nas necessidades das mulheres. Afinal, as mulheres carregam o peso físico e emocional dos tratamentos hormonais, dos procedimentos cirúrgicos e, claro, da gestação em si.

No entanto, há uma crescente conscientização de que os homens também sofrem com os altos e baixos emocionais dos tratamentos de infertilidade. E isso inclui o aumento do número de casais homoafetivos masculinos que procura  ajuda para constituir famílias.

Os homens também sofrem com a perda da gravidez e as tentativas fracassadas de fertilização in vitro, lidam com o estresse financeiro do alto custo dos tratamentos e lutam com sentimentos de fracasso e decepção, especialmente se for detectado um fator masculino.

Mesmo assim, é fácil para os homens serem esquecidos ou minimizados nesse processo. Por natureza, os homens são espectadores dos tratamentos de infertilidade visto que  “seu papel” em engravidar suas parceiras foi transferido do quarto para o laboratório.

O fardo emocional masculino

Não são apenas os especialistas em Reprodução Assistida que ignoram os homens nesse processo.  Os pesquisadores também não lhes deram muita atenção nos últimos 45 anos. Existem poucos estudos focados em como os homens se comportam emocionalmente durante o tratamento de infertilidade.

Mas a pesquisa existente sugere que os homens também sofrem: um estudo, publicado na revista Fertility and Sterility, descobriu que enquanto 39% das mulheres sofriam de depressão durante um período de 18 meses, período de tratamento de infertilidade, o mesmo acontecia com pelo menos 15% de seus parceiros do sexo masculino.

Homens que foram diagnosticados com infertilidade – eles representam metade dos casos – se saíram ainda pior psicologicamente. Um estudo  com 274 homens inférteis em tratamento descobriu que 32 foram diagnosticados com depressão e que mais de 60% preenchiam os critérios clínicos para ansiedade. Apenas 11% receberam aconselhamento psicológico e menos de um quarto foi informado sobre a existência de serviços de saúde mental em suas clínicas de fertilidade.

Um pesquisador britânico, que entrevistou 15 homens sobre sua infertilidade, descobriu que eles a vivenciavam como uma “condição mental, física e socialmente desgastante”. Eles falaram que ficaram chocados quando souberam de seus diagnósticos, sentiram vergonha e constrangimento e se consideravam “menos homens” porque não conseguiram engravidar suas parceiras.

“O que descobri, nos meus anos de prática na Reprodução Assistida,  é que os homens não costumam falar sobre isso. Ainda há muito tabu e estigma em torno da infertilidade masculina. Eles usualmente estão isolados durante o tratamento. E já estiveram completamente à margem das decisões em muitas etapas do tratamento anteriormente”, afirma o especialista em Reprodução Assistida, Alexandre Lobel, diretor da Clínica Venvitre.

Médicos estão sendo incentivados a envolver homens

Há sinais de que o campo da Reprodução Assistida está mudando aos poucos.   A Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva recentemente promoveu vários seminários sobre perda de gravidez e infertilidade masculina que encorajavam os médicos a considerar as experiências emocionais dos homens.

“É um progresso lento. A maior parte das discussões, trabalhos científicos e iniciativas educacionais ainda são voltadas para as mulheres. Mas precisamos avançar nesse sentido também”, defende o médico.

Em um artigo sobre a falta de aconselhamento para o “parceiro masculino esquecido”,  a entidade americana pede aos médicos que compartilhem recursos educacionais com homens adaptados às suas necessidades.

Infertilidade: O que os homens sabem

Um estudo revela que os homens, nos Estados Unidos, sabem um pouco menos sobre o tratamento de infertilidade do que as mulheres e são particularmente desinformados quando se trata do que eles acham que sabem sobre relação idade-fertilidade das mulheres.

Os pesquisadores apresentaram o estudo durante o Congresso Anual da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, na Filadélfia, EUA. A Escala de Conhecimento sobre Tratamento de Fertilidade e Infertilidade (FIT-KS), uma pesquisa na Web, foi preenchida por 99 homens nos Estados Unidos.

Os participantes da pesquisa tinham idades entre 18 e 50 anos (média de idade 30). Aproximadamente metade deles eram casados ou tinham um relacionamento, 66% não tiveram filhos e 61% possuíam um diploma universitário ou superior.

A pontuação média dos homens no FIT-KS foi de 42%. A maioria dos homens respondeu apenas 12 das 29 perguntas corretamente, em comparação com uma coorte de mulheres que, em uma pesquisa anterior, obteve uma média de 16 respostas corretas.

Afinal, o que os homens sabem?

Surpreendentemente, apenas 6% sabiam que os homens podem contribuir para a infertilidade de um casal, embora 25% saibam que a idade masculina afeta a fertilidade.

Segundo a pesquisa, os homens tendem a subestimar o declínio da fertilidade natural das mulheres associado à idade, acreditando que as chances eram melhores do que realmente são de uma mulher engravidar aos 30-40 anos de idade.

Esse padrão de crença apareceu também nas concepções sobre a fertilização in vitro, com 19% de homens superestimando as taxas de sucesso do procedimento, na idade feminina de 35 anos, e 86% superestimando as chances de sucesso do procedimento para uma mulher de 44 anos.

A maioria dos homens (75%) subestimou também a taxa de perdas gestacionais espontâneas e muito poucos (17%) sabiam quanto tempo os espermatozoides sobrevivem no trato reprodutivo feminino.

A pesquisa mostra que existe uma curva acentuada de aprendizado para os homens quando se trata de infertilidade.

“O estudo é um alerta para os profissionais de reprodução humana, que precisam buscar recursos educacionais adequados para homens que se deparam com um diagnóstico próprio de infertilidade ou de sua parceira. É preciso melhorar o conhecimento dos homens sobre as mudanças relacionadas à infertilidade feminina decorrentes da idade”, afirma a Alexandre Lobel, especialista em Reprodução Assistida, diretor da Clínica Venvitre.

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