Epididimite
Quando ocorre uma inflamação no epidídimo, duto que armazena e nutre os espermatozoides durante seu processo de amadurecimento, até que sejam ejaculados, a condição é conhecida como epididimite.
A causa mais comum de epididimite é a infecção por bactérias, principalmente as transmitidas por infecções sexualmente transmissíveis (IST), como a clamídia e a gonorreia, embora também possa resultar de inflamações bacterianas que ocorrem na próstata (prostatite) e uretra (uretrite) e, mais raramente, de outras condições.
Se a inflamação acontecer subitamente, a epididimite é classificada como aguda. A falta de tratamento nessa fase lentamente a torna crônica e tende a provocar complicações para a saúde masculina, incluindo problemas de fertilidade.
Este texto trata da epididimite, destacando as causas que provocam a inflamação, os sintomas manifestados, métodos diagnósticos e tratamentos indicados.
O que causa epididimite?
Apesar de a epididimite ser mais frequentemente causada por bactérias, outras condições, mesmo que mais raramente, podem estimular o processo inflamatório. Exemplos incluem doenças infecciosas, como a caxumba, problemas congênitos nos rins e na bexiga, estruturais no trato urinário e lesões.
A epididimite crônica pode ser provocada pelo patógeno responsável pela maioria dos casos de tuberculose, a bactéria Mycobacterium tuberculosis. Nesse caso, tem como principal característica a formação de pequenos nódulos inflamatórios.
Embora seja facilmente tratada, com a ausência de tratamento, além de infertilidade, a inflamação pode espalhar para os testículos resultando em uma condição conhecida como epidídimo-orquite, bastante dolorosa, ou na formação de abscesso no testículo.
Por isso, o uso de preservativos em todas as relações sexuais é fundamental para prevenir a ocorrência de epididimite. Por outro lado, se houver infecções recorrentes no trato urinário, é importante consultar um especialista para buscar alternativas que evitem o problema.
Quais são os sintomas de epididimite?
Dor aguda e vermelhidão em um ou nos dois testículos é o primeiro sinal que indica a possibilidade de epididimite. Quando ela se torna crônica, é sinalizada por uma dor incômoda que aumenta em intensidade com a progressão da infecção.
De acordo com a causa que provocou a infeção, outros sintomas também podem se manifestar. Os mais comuns são:
- Secreção;
- Sensibilidade testicular;
- Sensação de peso ou presença de nódulo no testículo afetado;
- Dor ao ejacular e durante as relações sexuais;
- Micção mais frequente;
- Ardor ao urinar;
- Presença de sangue na urina;
- Dor no abdômen ou pelve;
- Febre;
- Calafrios.
Os sintomas também contribuem para indicar a causa da epididimite. Secreções, por exemplo, são características de ISTs, assim como alterações urinárias, e geralmente indicam que a inflamação é provocada por uma infecção no trato urinário.
Nos casos em que a epididimite é aguda, os sintomas desaparecem rapidamente com o tratamento. Porém, quando se torna crônica, a inflamação tende a ser recorrente.
Como diagnosticar a epididimite?
Além dos sintomas, ainda durante o exame físico, é possível detectar outros tipos de alteração, como assimetria dos testículos, sensibilidade na próstata, presença de linfonodos na região da virilha ou de secreção, que sugerem a possibilidade de epididimite.
Para confirmar o diagnóstico e identificar o que causou o processo inflamatório, são realizados exames.
Testes de urina e sorológicos detectam o tipo de bactéria, e a ultrassonografia do testículo inflamado determina se as alterações são provocadas pela epididimite ou por outras condições.
O tratamento mais adequado para cada caso é indicado com base nos resultados.
Como a epididimite é tratada?
O tratamento da epididimite é bastante simples quando é diagnosticada precocemente. São prescritos antibióticos de acordo com o tipo de bactéria. Eles podem ser orais ou injetáveis, administrados em ciclos longos ou curtos e devem ser extensivos à parceira se a inflamação for causada por patógenos de ISTs, como Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae.
Os sintomas tendem a desaparecer em até 72 horas após a administração do medicamento. No entanto, após o término dos antibióticos, os pacientes devem realizar novos exames para confirmar se o tratamento foi bem-sucedido.
A intervenção cirúrgica é necessária nos casos em que a epididimite causou a formação de abscessos, que devem ser drenados, ou quando a inflamação provocou danos mais graves no epidídimo, exigindo a remoção de parte ou da totalidade dele. O procedimento para remoção do epidídimo é chamado epididimectomia.
A adoção de algumas medidas pode contribuir para aliviar o desconforto provocado pelo processo inflamatório. Alguns exemplos incluem:
- Aplicação de compressas de gelo no local;
- Uso de suporte para apoiar os testículos;
- Evitar levantar objetos pesados;
- Evitar relação sexual até que a infecção esteja totalmente curada.