Pólipos endometriais
O crescimento excessivo das células do revestimento interno do útero (endométrio) leva à formação de pólipos endometriais, também conhecidos como pólipos uterinos.
Os pólipos endometriais geralmente são benignos, embora alguns eventualmente evoluam para malignidade, tornando-se pré-cancerosos ou cancerosos. São de tamanhos variados, podem ter alguns milímetros, como uma pequena semente, ou vários centímetros, e ter base plana (sésseis) ou sustentada por um pedículo (pediculados), o tipo mais comum.
Embora possam ocorrer em mulheres de qualquer idade, se desenvolvem mais comumente no período que antecede a menopausa, conhecido como climatério, e após a menopausa.
Quando ocorrem durante a idade reprodutiva, entretanto, podem causar alterações na receptividade endometrial, resultando em falhas na implantação do embrião.
Este texto explica detalhadamente os pólipos endometriais, destacando os sintomas que sugerem a necessidade de buscar auxílio médico, as causas, diagnóstico, tratamento e a forma como eles podem interferir na fertilidade.
Quais são os sintomas de pólipos endometriais?
Os pólipos endometriais são assintomáticos na maioria dos casos, principalmente quanto possuem tamanhos pequenos. Porém, ao crescerem e se espalharem, tendem a causar diversos sintomas.
Os mais comuns incluem sangramento menstrual irregular, como o aumento na quantidade de fluxo menstrual ou sua ocorrência entre os períodos.
Sangramentos após a menopausa, assim como a dificuldade para engravidar, cólicas antes e durante o período menstrual (dismenorreia) também podem indicar a presença de pólipos.
Por outro lado, algumas mulheres apresentam sintomas mais leves, como sangue em pequenas quantidades ou manchas avermelhadas. Além disso, mesmo que normalmente a tendência seja se espalharem pela cavidade uterina, ocasionalmente podem sair pelo colo do útero até a vagina e provocar dor durante as relações sexuais e sangramento após.
O que são pólipos endometriais e como eles se formam
Apesar de a etiologia dos pólipos endometriais ainda não ser totalmente clara, a principal teoria que explica a formação deles sugere que são provocados por um desequilíbrio nos níveis do hormônio estrogênio.
O estrogênio atua promovendo o desenvolvimento e espessamento do endométrio a cada ciclo menstrual, tornando-o mais favorável para abrigar o embrião.
Quando a gravidez não ocorre, o endométrio descama, originando a menstruação, e volta a se desenvolver estimulado pela ação do hormônio. O desenvolvimento desordenado das células pode resultar em pólipos endometriais.
Alguns fatores contribuem também para aumentar o risco, como estar na perimenopausa, na pós-menopausa, obesidade, hipertensão arterial ou medicamentos utilizados para o tratamento do câncer de mama.
Como os pólipos endometriais são diagnosticados e tratados?
Para confirmar a suspeita de pólipos endometriais e detectar alterações uterinas, geralmente não percebidas ainda durante o exame físico, diversos exames de imagem são realizados. Ao mesmo tempo que eles confirmam o diagnóstico, são importantes para excluir a possibilidade de os sintomas serem causados por outras condições dependentes de estrogênio, como a endometriose e os miomas uterinos, ou por formações cancerosas.
A ultrassonografia transvaginal permite determinar critérios como quantidade e tamanho. O exame deve ser realizado ainda no início do ciclo menstrual, quando o endométrio está mais fino, o que facilita a visualização.
Um tipo de ultrassonografia, chamado histerossonografia, que utiliza soro fisiológico estéril para expandir a cavidade uterina pode ser solicitado em alguns casos. No entanto, a histeroscopia ambulatorial é o procedimento que permite uma visualização mais detalhada da cavidade uterina.
A técnica utiliza um histeroscópio, tubo ótico com sistema de iluminação e câmera acoplada, que proporciona a transmissão das imagens para um monitor e o acompanhamento em tempo real.
Após a extração, podem ser ainda analisados para confirmar a benignidade e da mesma forma descartar a possibilidade de tumores uterinos e hiperplasia endometrial (alterações pré-cancerosas), que possuem características semelhantes às dos pólipos.
O tratamento cirúrgico é necessário quando os sintomas causarem interferência na qualidade de vida das mulheres portadoras, mulheres com desejo reprodutivo, pólipos grandes ou em mulheres na pós-menopausa.
Em alguns casos, entretanto, pólipos menores muitas vezes retrocedem sozinhos. Nesse caso, devem ser apenas observados periodicamente por ultrassonografia transvaginal e histeroscopia diagnóstica.
Normalmente os pólipos endometriais não são recorrentes quando operados. A fertilidade é restaurada. Quando isso não acontece, o tratamento deve ser repetido.
O percentual de gravidez natural após a retirada dos pólipos endometriais é bastante expressivo, assim como as taxas de sucesso de mulheres com pólipos que se submetem a tratamentos de reprodução assistida, como a fertilização in vitro (FIV) e a inseminação intrauterina (IIU).