Skip to main content

Conheça os Sintomas da SOP

Você sabia que entre 5% e 20% das mulheres em idade fértil podem ter a síndrome dos ovários policísticos (SOP)? Isso acontece por conta de distúrbios hormonais que, se não forem controlados, podem levar à infertilidade. Como são muitas as dúvidas que as pacientes têm sobre o assunto, desenvolvi este artigo. Vou responder as principais perguntas sobre os sintomas da SOP. Se você tiver algum desses, fique atenta!

O que é a SOP?

síndrome dos ovários policísticos ou simplesmente SOP é uma condição em que os hormônios masculinos presentes no organismo das mulheres se desequilibram. Isso pode ocasionar diversos problemas para a saúde feminina, sendo o mais grave deles a dificuldade para engravidar.

Outro fator relacionado a SOP são as alterações metabólicas, como resistência à ação da insulina que pode resultar em diabetes.

Muitas mulheres que desejam engravidar, ao fazerem exames para diagnosticar as causas da dificuldade, descobrem que têm SOP. É por isso que os tratamentos são tão relevantes.

Quais são os principais sintomas da SOP?

A SOP é caracterizada por distúrbios hormonais. As mulheres que desenvolvem essa doença têm um descontrole na produção de hormônios masculinos (testosterona), o que acarreta sintomas bastante característicos.

Veja os principais sintomas da SOP:

Anovulação

Em situações normais, as mulheres ovulam todo ciclo menstrual. Isso quer dizer que, a cada ciclo, um óvulo amadurece e é liberado pelos ovários, para que seja fecundado. Caso a fecundação não ocorra, a mulher menstrua e o óvulo é eliminado naturalmente pelo corpo.

anovulação é definido como ciclos menstruais com mais de 60 dias de intervalo. Esse fenômeno ocorre quando existem falhas acontecem na ovulação e no ciclo menstrual da mulher, ou seja, a mulher não ovula, não libera o óvulo para a fecundação. Isso é bastante comum em meninas que entraram recentemente na vida fértil ou nas mulheres que estão iniciando o período da menopausa. Porém, quando isso ocorre durante a vida reprodutiva da mulher, devemos ficar atentos. Ciclos maiores do que 45 dias também chamam nossa atenção e devem ser investigados.

irregularidade menstrual é o principal sintoma da SOP. Porém, apenas isso não é suficiente para diagnosticar a doença. A anovulação também pode acontecer em casos de baixo peso, obesidade, aumento de prolactina, hipertireoidismo etc.

É por isso que uma consulta a um médico especialista é sempre tão relevante para diagnosticar o problema corretamente.

Acne

aumento exagerado da produção de hormônios masculinos pode fazer com que seja produzido material oleoso pelas glândulas sebáceas, o que desencadeia a acne.

Assim, a pele fica mais oleosa e o surgimento de espinhas pelo corpo se torna mais comum.

Hirsutismo

O excesso de pelos em locais que não são comuns em mulheres, como no rosto, no peito, na lombar e na raiz de coxa, é chamado de hirsutismo. Esse também é um sintoma da SOP e, se acontecer em combinação com outros, pode ser um indicativo de que você tenha esse problema.

Obesidade

Mulheres portadoras da SOP têm mais facilidade em ganhar peso, mesmo sem fazer grandes modificações na alimentação. Por isso, a obesidade pode ser um indício de que uma pessoa sofre com essa doença.

Vale lembrar que a obesidade também é um fator que gera agravamento na SOP. Ou seja, as mulheres que se submetem a tratamentos para a doença também devem fazer um esforço para diminuir o peso, muitas vezes fazendo acompanhamento de nutricionista.

Queda de cabelo

Quando os hormônios masculinos aumentam de forma significativa nas mulheres, há a tendência de ocorrer queda de cabelo. Além dos fios caírem, o couro cabeludo ainda pode apresentar seborreia.

A seborreia é uma inflamação que faz com que o couro cabeludo descame, popularmente chamada de caspa.

Depressão

Além dos sintomas físicos anteriormente citados, quem tem SOP também pode desenvolver problemas psicológicos. É o caso da depressão.

A mulher com SOP pode ter modificações em sua aparência, além da dificuldade em engravidar. Isso pode corroborar em quadros depressivos, como o isolamento social e baixa autoestima.

Se você apresenta dois ou mais desses sintomas combinados, principalmente se um deles for a anovulação, convém agendar uma consulta médica. Quanto antes o tratamento for iniciado, mais fácil será de o quadro ser revertido.

Que exames podem diagnosticar o problema?

diagnóstico da SOP é feito por meio de exames de sangue, exames ginecológicos comuns e o ultrassom.

Com esses procedimentos, verificamos se realmente existem ovários policísticos e, assim, propor o tratamento mais adequado para cada situação.

Quais são os principais tratamentos para SOP?

tratamento para SOP depende muito de cada situação. Quando as mulheres são obesas e têm muita acne e pelos no corpo, por exemplo, é necessário voltar todas as atenções, inicialmente, para o emagrecimento e tratamento dermatológico.

Em outros casos, o uso de pílulas anticoncepcionais consegue controlar a produção de hormônios masculinos e solucionar os sintomas da SOP.

Já para as mulheres que desejam engravidar, as técnicas de reprodução assistida, como a RSP (relação sexual programada) ou a FIV podem ser indicadas. De tal forma, o desejo de ser mãe pode se tornar uma realidade, mesmo que existam ovários policísticos.

Entendido sobre os sintomas da SOP? Lembre-se que somente um médico especialista pode ajudá-la, caso apresente algum deles. Agende a sua consulta!

E, para continuar aprendendo sobre o tema, leia o nosso artigo que traz mais informações gerais sobre a síndrome dos ovários policísticos.

Miomas Uterinos e Infertilidade: saiba mais

Neste artigo, além de explicar a você o que são miomas uterinos, compartilho informações gerais sobre a doença, como suas causas, seus sintomas, seu diagnóstico e o tratamento. Acompanhe o texto e descubra se você pode ser portadora de miomas e como solucionar a situação.

Existem muitas doenças femininas que podem atrapalhar os planos de ter filhos. Vou falar para você sobre uma delas aqui: miomas uterinos. Embora haja apreensão sobre a doença, como observo sempre no consultório, são raros os casos que provocam de fato infertilidade, e quando isso acontece é possível reverter o quadro na maioria das vezes.

O útero é um órgão formado por diferentes camadas. Em sua região mais externa, encontra-se o perimétrio ou camada serosa; sua parede interna é o endométrio; e, no meio, está o miométrio, camada de musculatura lisa. Os miomas podem se desenvolver em qualquer uma das camadas.

O que são e como se desenvolvem os miomas uterinos?

Os miomas uterinos são estruturas com aspectos nodulares que crescem e se desenvolvem no útero, na maioria dos casos nas mulheres em idade reprodutiva. Esses tumores de caráter benigno podem surgir em unicidade ou multiplicidade, em diferentes tamanhos, e em muitos casos, silenciosamente.

São classificados de acordo com a região em que se manifestam: os miomas submucosos se estendem ao interior da cavidade uterina, os intramurais permanecem na parede do miométrio e os subserosos, costumam ocupar espaço da cavidade abdominal.

Embora a maioria dos casos sejam assintomáticos, você pode imaginar que está com miomas se notar um aumento em seu fluxo menstrual ou volume abdominal, se sentir dor pélvica ou dificuldades para ter filhos, que são os sinais mais comuns em mulheres com a doença.

Os sintomas, no entanto, variam de acordo com a localização dos miomas. Os submucosos, por exemplo, que são os que oferecem maior risco de infertilidade, podem gerar sangramentos entre os períodos menstruais, cólicas e aumento do fluxo menstrual. Os subserosos, por outro lado, devido ao inchaço e a possível compressão na bexiga, podem aumentar a frequência de micção e constipação.

As dificuldades gestacionais também podem indicar a presença de miomas, devido às alterações que os nódulos podem causar no endométrio e, assim, interferir na implantação do embrião ou mesmo comprometer o caminho dos espermatozoides, por exemplo.

Como os miomas surgem?

A razão pela qual os miomas crescem e se desenvolvem em algumas mulheres ainda não foi devidamente esclarecida pela ciência, embora já saibamos que os tumores estão relacionados ao hormônio estrogênio. Aliás, é por esse motivo que a patologia costuma regredir após a menopausa, já que os ovários não mais produzem a substância.

No entanto, há evidências de que, além do estrogênio, a ação da progesterona também influencia no desenvolvimento dos miomas.

Há, no entanto, diversos fatores de risco que estão relacionados à doença. A hereditariedade, a precocidade da menstruação, o avanço natural da idade e condições e hábitos de vida, como a obesidade e o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, cafeína e alimentos, como a carne vermelha.

Ainda no quesito herança genética, segundo estudos, os riscos de miomas são maiores para as mulheres de cor negra, que também tendem a apresentar sintomas mais severos.

De que maneira os miomas são diagnosticados?

É comum detectarmos o problema em exames físicos de rotina, quando nossas pacientes apresentam um aumento do volume uterino ou relatam alguns dos sintomas da doença.

Antes de indicar um tratamento, no entanto, precisamos diagnosticar apropriadamente a doença. Para isso, além da anamnese, performamos exames de toque, testes laboratoriais e, se necessário, procedimentos complementares como a ultrassonografia, histerossonografia, vídeohisteroscopiahisterossalpingografia ou ressonância magnética, para identificar a localização e tamanho dos miomas no útero. Essa investigação nos ajuda a escolher o tratamento ideal.

A abordagem primária costuma ser a terapia hormonal, por meio da qual indicamos medicamentos, como anti-inflamatórios não hormonais e anticoncepcionais, para reduzir os sintomas de desconforto, como sangramento e dor pélvica. Em algumas situações simulamos uma menopausa temporária, para reduzir a ação do estrogênio no organismo.

A segunda via de tratamento seria a miomectomia, que consiste na retirada cirúrgica dos miomas. O procedimento pode ser realizado por meio de uma histeroscopia, no caso de miomas submucosos, mas para extrair tumores maiores, é possível que seja necessária uma cirurgia aberta, laparoscopia ou cirurgia robótica.

Existe ainda a embolização, que consiste no bloqueio de artérias uterinas para impedir o fluxo sanguíneo que alimenta os miomas, e a ultrassonografia focalizada, que incide feixes de alta intensidade para destruir o tecido dos pequenos nódulos. Ambas as abordagens podem auxiliar na diminuição dos sintomas.

A histerectomia, ou seja, a retirada do útero, também é uma opção, mas naturalmente não é uma medida adequada para pacientes que desejam engravidar no futuro. Para estas, a intervenção cirúrgica costuma apresentar bons resultados. Aliás, nem sempre o procedimento é necessário, pois nem todos os miomas provocam obstruções ou alterações que dificultem a gravidez.

No entanto, se causarem desafios e não forem solucionados com as medidas citadas anteriormente, pode-se optar pela reprodução assistida, mais especificamente, a FIV (fertilização in vitro), procedimento no qual a fecundação ocorre em laboratório e a implantação embrionária é realizada diretamente no endométrio, com auxílio da equipe médica.

Você entendeu o que são miomas e como se desenvolvem? Embora tenham caráter benigno, suas estruturas nodulares podem causar desconfortos à mulher e impor desafios aos seus desejos de maternidade. A doença, que é comum com o avanço da idade em mulheres em idade reprodutiva, pode ser tratada de diferentes maneiras, que podem restaurar a capacidade reprodutiva natural da mulher ou auxiliá-la a ter filhos por meio da reprodução assistida.

Você gostaria de saber mais sobre o assunto? Então confira nossa página, com mais detalhes, sobre miomas uterinos.

Técnicas de Reprodução Assistida: saiba mais

As técnicas de reprodução assistida são consideradas o principal tratamento para infertilidade feminina e masculina. Quando um casal me procura para tentar engravidar, sempre tento pensar qual seria o tratamento mais indicado para aquele caso.

Para isso, levo em consideração todas as características físicas, doenças e também penso no desejo dos dois. Ou seja, o tratamento é individualizado. Explico, neste texto, o funcionamento das principais técnicas de reprodução assistida, destacando as diferenças entre elas e a indicação de cada uma.

A infertilidade afeta homens e mulheres no mundo todo. Existem diversos fatores que podem explicar a dificuldade para um casal conseguir engravidar, que podem ser provocadas tanto por fatores femininos, como masculinos.

Para ser diagnosticado como infértil, e é preciso um ano de tentativas com relações sexuais desprotegidas, regulares, sem sucesso. Apenas após esse período, fazemos a investigação para identificar as possíveis causas que estão resultando na dificuldade para engravidar.

Principais técnicas de reprodução assistida e as diferenças entre elas

Embora os percentuais de infertilidade atualmente registrados sejam bastante altos, na maioria dos casos tem tratamento. A infertilidade é uma situação tão importante que a Organização Mundial da Saúde (OMS) o considera como um problema de saúde pública mundial.

Para definir a técnica mais adequada para cada caso, solicito diferentes exames laboratoriais e de imagem, indicados a partir da consulta inicial com os pacientes. Eles possibilitam a detecção da causa que pode provocar a dificuldade para conceber.

Somente após os resultados diagnósticos defino o tratamento mais adequado para cada paciente.

As três principais técnicas de reprodução assistida são a relação sexual programada (RSP) e a inseminação artificial (IA), de baixa complexidade e a fertilização in vitro (FIV), de alta complexidade. Conheça abaixo o funcionamento e indicação de cada uma e as principais diferenças entre elas.

Técnicas de baixa complexidade

A RSP e IA são consideradas de baixa complexidade pois a fecundação acontece naturalmente, nas tubas uterinas. O processo é conhecido com in vivo. Por isso, são técnicas que geralmente indico para mulheres com até 35 anos, que tenham uma boa reserva ovariana e a as tubas uterinas saudáveis.

As duas técnicas são particularmente importantes para tratar os distúrbios de ovulação – quando há ausência de ovulação (anovulação) ou ovulação intermitente (oligovulação), que pode ocorrer em um ciclo e ser ausente em outro – além de possibilitarem a gestação nas pacientes com endometriose nos estágios iniciais e nos casos de infertilidade sem causa aparente (ISCA).

Elas iniciam com a estimulação ovariana, procedimento realizado com medicamentos hormonais administrados no início do ciclo menstrual, com o propósito estimular o desenvolvimento de mais folículos e obter de um a três folículos de tamanho adequado, aumentando as chances de fecundação.

No ciclo natural, por exemplo, vários folículos são recrutados, mas apenas um desenvolve e amadurece para posteriormente ovular. No estímulo ovariano, promovemos o crescimento de mais de um folículo. Quando conseguimos dois folículos, por exemplo, aumentamos a chance de gravidez, isso porque é como se “juntássemos” dois meses de tentativa em um.

Esse controle do estímulo ovariano é feito com exames de ultrassonografia transvaginal para monitorar e definir o período de maior fertilidade.

Na relação sexual programada, chamada ainda coito programado, os espermatozoides devem estar dentro dos parâmetros considerados normais, uma vez que o objetivo da técnica é a estimulação ovariana e programação do momento mais adequado para intensificar a relação sexual. Se houver alguma alteração nos parâmetros seminais, a chance de gestação será menor.

Na inseminação artificial (IA), também conhecida como inseminação intrauterina (IIU), por outro lado, os espermatozoides são depositados no útero durante o período fértil para que a fecundação aconteça. Os espermatozoides podem ter pequenas alterações na morfologia e na motilidade, pois a técnica prevê a seleção dos mais capacitados por técnicas de preparo seminal.

A IA foi investigada pela primeira vez durante o século dezoito para solucionar problemas de infertilidade masculina causados por disfunção sexual. Posteriormente evoluiu ao ser incorporada aos tratamentos de reprodução assistida. Assim, homens com disfunção erétil (quando há dificuldades em ter ou manter a ereção) ou com disfunção ejaculatória (quando existe dificuldade de ejacular), também podem ser beneficiados pela técnica.

Após a seleção dos espermatozoides com melhor motilidade e morfologia, eles são inseridos em um cateter e depositados no útero durante o período de maior fertilidade apontado pelos exames de ultrassonografia. O procedimento é bastante simples e rápido, sem necessidade de sedação. Após um pequeno descanso libero as pacientes, que podem retornar normalmente à suas atividades.

Fertilização in vitro (FIV) – de alta complexidade

Na FIV, óvulos e espermatozoides são fecundados em laboratório, in vitro, por isso o procedimento é considerado de alta complexidade. O tratamento é realizado em diferentes etapas.

Assim como as técnicas de menor complexidade inicia com a estimulação ovariana. Na FIV com ICSI, entretanto, o objetivo é obter uma quantidade maior de óvulos. Os exames de ultrassonografia indicam o momento ideal para os folículos serem induzidos ao amadurecimento final para coleta dos óvulos.

Nesse período os folículos maduros são aspirados com uma agulha fina e os óvulos coletados são levados ao laboratório. Ao mesmo tempo que ocorre a punção folicular, o sêmen é coletado e os espermatozoides mais saudáveis selecionados pelo preparo seminal.

Quando eles não estão presentes no sêmen, condição chamada azoospermia, podem ainda ser coletados dos epidídimos ou dos testículos, por um procedimento cirúrgico.

Os gametas selecionados são, então, fecundados em laboratório por FIV com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoides), que prevê a injeção de cada espermatozoide diretamente no citoplasma do óvulo. Dessa forma, há maiores chances de a fecundação ocorrer.

Quais são as taxas de sucesso das técnicas de reprodução assistida?

Em todas as três técnicas é possível obter a gravidez. Na RSP e IA, as taxas são semelhantes às da gestação natural: entre 10% a 25% por ciclo. Na FIV com ICSI, por outro lado, as taxas são bem mais expressivas. As taxas registradas atualmente são de cerca de 10% a 55% por ciclo. As taxas de sucesso em todos os tratamentos dependem de diversos fatores, mas principalmente da idade da mulher.

Conheça mais sobre a FIV. Toque no link e leia o nosso conteúdo especial sobre a FIV.

Infertilidade Masculina: como investigar

Ao longo de toda a minha carreira, acolhi uma porção de casais que apresentaram quadros de infertilidade masculina que foram revertidos. O diagnóstico pode ser obtido inicialmente pela análise de exames simples, como o espermograma, porém em alguns casos é preciso investigar mais profundamente.

Quer saber mais? Acompanhe o texto abaixo!

A gestação é um delicado processo que aparentemente começa na fecundação do óvulo pelo espermatozoide, nas tubas uterinas. No entanto, existe uma série de processos anteriores para que a fecundação seja possível.

O fenômeno da gravidez é inspirador, por isso dedico todos os meus esforços para auxiliar casais a conseguirem esse objetivo. Muitas vezes é um longo caminho, mas muito recompensador.

Ainda que a fecundação aconteça dentro do corpo da mulher, seu sucesso depende intimamente do perfeito funcionamento do aparelho reprodutivo feminino, mas não só. Acredita-se que cerca de 40% a 50% dos casos de infertilidade no mundo sejam resultado de alterações no sistema reprodutivo masculino.

O que é infertilidade?

Tanto homens quanto mulheres vivenciam um declínio natural em sua fertilidade ao longo da vida; o fim do período fértil para mulheres acontece após a menopausa, por volta dos 45-50 anos. Os homens não ficam inférteis, mas experimentam uma redução mais acentuada da fertilidade a partir dos 45 anos.

Quando um casal não consegue engravidar, mesmo estando dentro do período reprodutivo, é necessário investigar o que está causando esse quadro de infertilidade.

Oficialmente, a infertilidade pode ser definida como a incapacidade de um casal conseguir gravidez após um ano de relações sexuais sem fazer uso de nenhum método contraceptivo.

Nesse sentido, infertilidade masculina é quando as causas desse quadro se devem a causas genéticas ou a alterações anatômicas e fisiológicas do aparelho reprodutivo masculino. Para se chegar a essa conclusão com segurança, é preciso, no entanto, que uma análise do quadro geral do casal seja feita por meio de exames para ambos, homem e mulher.

As principais causas da infertilidade masculina estão relacionadas à qualidade e quantidade dos espermatozoides no líquido seminal, mas outras doenças podem prejudicar a capacidade reprodutiva masculina, como ISTs, diabetes, caxumba, tumores, lesões mecânicas e varicocele.

Sinais, sintomas e investigação da infertilidade masculina

Muitos casos de infertilidade masculina podem não manifestar sintomas clínicos, porém alguns homens apresentam sinais e sintomas físicos específicos. Dentre eles podemos destacar problemas relacionados à ejaculação, alterações hormonais visíveis, alterações no volume ou qualidade do esperma e no tamanho dos testículos e bolsa testicular.

Os homens que me procuram em busca de investigar possíveis quadros de infertilidade encontram na primeira consulta uma conversa amigável e acolhedora, que busca abordar desde possíveis sintomas até o histórico pessoal e familiar, relacionado à fertilidade e à saúde como um todo.

É nessa entrevista que podemos começar a traçar um caminho que leve ao diagnóstico e suas causas de forma rápida e eficaz, solicitando os exames mais adequados para cada caso. Exames clínicos também podem ser feitos nessa primeira consulta, caso seja necessário.

Exames para investigar a infertilidade masculina

O primeiro exame solicitado é o espermograma, que analisa o líquido ejaculado para medir a quantidade, motilidade e forma dos espermatozoides. Qualquer alteração nessas variáveis pode ser a causa da infertilidade e é a partir desse exame que outros, mais específicos, podem ser solicitados.

amostra de sêmen para o espermograma é coletada por masturbação e a análise é feita em ambiente laboratorial.

A partir do espermograma, portanto, podem ser solicitados outros exames que avaliem variáveis como o equilíbrio hormonal, tamanho e condições anatômicas dos testículos e possíveis causas genéticas

Quando o volume dos testículos está alterado ou quando o exame clínico constata a presença de hidrocele ou nódulos, a ultrassonografia de bolsa testicular e o exame de dopplerfluxometria podem fornecer informações mais precisas.

A dopplerfluxometria detecta também patologias como a varicocele, já que avalia também se há refluxo de sangue nas veias da bolsa testicular, quando não há manifestação clínica visível.

As avaliações hormonais são feitas através da coleta de sangue e avaliam os níveis de testosterona livre, entre outros hormônios, que podem interferir na produção dos espermatozoides, gerando um quadro de oligozoospermia, ou a baixa concentração de espermatozoides no líquido ejaculado, ou mesmo azoospermia (ausência de espermatozoides). Nesses casos, a investigação deve incluir exame de cariótipo que investigue possíveis causas genéticas ligadas ao cromossomo Y.

As causas genéticas da infertilidade masculina são inicialmente levantadas pela análise do histórico familiar, e a análise do cariótipo bem como o exame de fragmentação de DNA espermático são centrais para esse diagnóstico.

No primeiro são observadas alterações no DNA somático que possam indicar infertilidade e o segundo avalia a qualidade do material genético contido nos espermatozoides, que pode estar inviabilizando a fecundação ou o desenvolvimento fetal inicial.

Tratamentos que podem ser indicados para a infertilidade

O melhor tratamento para cada caso deve ser escolhido após a análise dos exames e podem consistir desde mudanças de estilo de vida, como parar de fumar, controlar o peso corporal, fazer atividades físicas, entre outros, até cirurgias de correção, como nos casos de varicocele ou a reversão da vasectomia.

As técnicas de reprodução assistida também podem ser uma alternativa de sucesso, especialmente nos casos de oligozoospermia severa e azoospermia (respectivamente, pouco ou nenhum espermatozoide no sêmen). Nesses casos, fazemos a retirada dos espermatozoides diretamente dos testículos e a fecundação pode ser feita em laboratório.

Para saber mais sobre infertilidade masculina, toque no link.

Ciclo Menstrual Irregular: posso engravidar?

Muitas mulheres fazem essa pergunta para mim no consultório e nas redes sociais. Por isso, achei importante fazer um texto para elucidar a questão! É uma dúvida bastante comum. Para responder, é importante saber que o ciclo menstrual feminino é dividido em três fases: folicular, ovulação e lútea, reguladas pela ação de diferentes hormônios e geralmente tem a duração de 28 dias.

Na fase folicular, vários folículos são recrutados e, na maioria dos casos, um se desenvolve, amadurece e ovula. A ovulação, como o nome indica, marca o momento em que ocorre a liberação do óvulo.

Em seguida, na fase lútea, o folículo que liberou o óvulo se transforma em corpo lúteo, atuando na transformação final do endométrio: quando a fecundação não acontece ele descama provocando a menstruação. A fase lútea dura, portanto, até o 28ª dia.

O funcionamento correto das três fases é fundamental para que a gravidez aconteça. Explico para você, neste texto, em detalhes o porquê de as irregularidades ocorrerem e como elas dificultam a gravidez, indicando a solução para o problema. Continue a leitura e saiba mais!

Ciclos regulares X ciclos irregulares

Os ciclos, em média, duram 28 dias e podem ser um pouco mais curtos ou longos: por exemplo de 21 dias ou de 35 dias, desde que ocorram em um mesmo intervalo. Já os ciclos irregulares estão continuamente fora dos intervalos normais, geralmente mais longos.

Os ciclos menstruais irregulares têm como característica a diminuição ou o aumento de fluxo durante o período menstrual ou ausência de menstruação, além da manifestação de cólicas mais severas.

São consequência principalmente de alterações nos níveis dos hormônios reprodutivos, provocados por diferentes condições.

Os principais hormônios envolvidos no processo reprodutivo são o estradiol e a progesterona, os hormônios produzidos pelos ovários, as gonadotrofinas FSH (hormônio folículo-estimulante) e LH (hormônio luteinizante), que regulam a atividade dos ovários e são produzidos pela hipófise. Essa parte do cérebro também é responsável pela liberação dos hormônios tireoidianos.

Dessa forma, distúrbios da tireoide, na hipófise ou ovários (como a síndrome dos ovários policísticos – SOP), podem alterar os níveis hormonais resultando em irregularidades no ciclo menstrual.

Algumas doenças femininas, incluindo a endometrioseadenomiose e miomas, também podem provocar anormalidades uterinas e interferir no ciclo menstrual, causando sangramento no meio do ciclo.

As alterações hormonais são comuns durante a transição para a menopausa, quando há falência na função dos ovários. Da mesma forma podem ser consequência de uma condição chamada falência ovariana prematura (FOP), na qual os sintomas da menopausa manifestam antes dos 40 anos.

A FOP pode resultar de doenças genéticas, como a síndrome de Turner, ou da quimioterapia, tratamento para o câncer, por exemplo.

As irregularidades podem ser provocadas, ao mesmo tempo, pela prática excessiva de exercício, que leva à interrupção da menstruação, assim como as alterações de peso; por transtornos alimentares, como a anorexia ou obesidade, pelo estresse e transtornos emocionais, entre eles ansiedade e depressão, que interferem na produção dos hormônios ovarianos.

Quais são os problemas provocados por um ciclo menstrual irregular?

As irregularidades resultam em distúrbios de ovulação, considerados a causa mais comum de infertilidade feminina.

Podem, por exemplo, causar dificuldades para o desenvolvimento e amadurecimento do folículo durante a fase folicular ou interferir no rompimento dele, levando a falhas na ovulação, chamada anovulação, ou à oligovulação, quando a ovulação é infrequente ou irregular: um ciclo pode ser ovulatório e outro anovulatório.

Também podem interferir na fase lútea, provocando uma condição conhecida como ‘defeito da fase lútea’, na qual o corpo-lúteo não produz a quantidade necessária de progesterona para o espessamento final do endométrio, ou ele não responde à ação do hormônio. O problema resulta em falhas na implantação do embrião e abortamento.

Algumas sociedades questionam se os defeitos de fase lútea realmente existem e como seria possível diagnosticá-los.

É possível engravidar com ciclos irregulares?

Ainda que as irregularidades menstruais provoquem diferentes alterações nas fases do ciclo menstrual, é possível obter a gravidez a partir dos tratamentos de reprodução assistida.

As três principais técnicas são a RSP (relação sexual programada, chamada ainda coito programado), a IA (inseminação artificial) ou IIU (inseminação intrauterina) e a FIV (fertilização in vitro).

Em todas elas, uma das etapas, a estimulação ovariana, procedimento que ajuda bastante a aumentar as chances de gravidez quando há irregularidades menstruais.

A estimulação ovariana é realizada com medicamentos hormonais administrados desde o início do ciclo menstrual, com o objetivo de estimular o desenvolvimento de mais folículos, que irão posteriormente ovular. O desenvolvimento deles é acompanhado por exames de ultrassonografia.

As técnicas de baixa complexidade, RSP e IA, são mais adequadas para mulheres com até 35 anos que ainda possuam uma boa reserva ovariana. As tubas uterinas também devem estar saudáveis, pois em ambas a fecundação ocorre naturalmente.

Nelas, o ciclo é minimamente estimulado para obter até três folículos maduros. Na RSP, os exames de ultrassonografia indicam o período mais fértil para intensificar a relação sexual, objetivo do tratamento em conjunto com a estimulação ovariana.

Na IA, por outro lado, durante o período fértil os espermatozoides são depositados no útero para viajarem até as tubas uterinas onde a fecundação acontece.

Já a FIV é uma técnica de maior complexidade, pois a fecundação ocorre em laboratório. Por isso, é indicada para mulheres com SOP acima de 36 anos, quando a reserva ovariana diminui, ou com obstruções nas tubas uterinas.

Na FIV, as dosagens utilizadas são mais altas, pois o objetivo é obter uma quantidade maior de folículos maduros: cerca de 10. Os exames de ultrassonografia indicam o momento ideal para induzir os folículos ao amadurecimento e ovulação, também por medicamentos hormonais.

A ovulação ocorre entre 36h e 40h, momento que são coletados por punção folicular e posteriormente preparados em laboratório para fecundação.

Óvulos e espermatozoides são, então, fecundados em laboratório e os embriões formados posteriormente transferidos para o útero.

Em todas as técnicas é possível obter a gravidez quando há irregularidades menstruais. Na RSP e IA as chances são semelhantes às da gestação natural: entre 15% e 20% por ciclo de tratamento. Já na FIV os percentuais são mais altos: em média 40 a 50%, mas esses números dependem muito de outros fatores, como a idade da mulher.

O que fazer para reverter ciclos irregulares?

Os ciclos irregulares são revertidos com o tratamento da causa que provocou o problema. Miomas e a endometriose, por exemplo, podem ser removidos por cirurgia.

Se o problema for provocado por alterações hormonais, medicamentos específicos para equilibrar cada tipo de hormônio são prescritos. Eles possibilitam normalizar a menstruação e amenizar a severidade das cólicas, no entanto, são indicados apenas quando a mulher não está tentando engravidar.

Mudanças no estilo de vida também contribuem para o sucesso do tratamento. Entre elas a prática de exercícios físicos de forma mais moderada a uma reeducação alimentar: manter o peso normal ajuda a regularizar a menstruação.

Toque no link e saiba como calcular o seu período fértil para aumentar as chances de gravidez.

Anovulação: entenda o que é

O sangramento vem todo mês, mas mesmo assim muitas mulheres não conhecem seu ciclo menstrual. O ciclo menstrual da mulher envolve diversos aspectos e alterações podem afetar diretamente a vida, saúde e a fertilidade. A anovulação  ou ausência de ovulação é uma condição provocada geralmente por distúrbios hormonais, como a SOP (síndrome dos ovários policísticos).

Dou atenção especial a mulheres com distúrbios de ovulação porque esse é um fator grave de infertilidade e requer uma investigação detalhada. No entanto, existem tratamentos e a mulher assim pode conseguir engravidar. Você já conhece esse assunto? Então confira nosso post sobre o que é anovulação!

Anovulação

Durante o ciclo menstrual, um óvulo é liberado. Caso a mulher não engravide durante esse período, a menstruação ocorre, produto da descamação do endométrio, camada interna do útero em que o embrião se fixa. Normalmente, o ciclo menstrual de uma mulher varia entre 21 a 35 dias.

Quando dizemos que a ovulação não ocorreu, isso significa que a mulher não teve a liberação do óvulo, gameta feminino essencial para a gravidez, não sendo possível engravidar durante aquele período. Um ciclo anovulatório é uma das causas mais comuns em mulheres com infertilidade.

Ciclo menstrual e suas fases

O ciclo menstrual possui algumas fases, sendo fundamental para a reprodução humana. Conheça cada uma dessas fases:

  • Menstruação: nesta fase, os níveis de progesterona e estrogênio estão baixos e ocorre a descamação do tecido endometrial.
  • Fase folicular: compreende do primeiro dia da menstruação até a ovulação. Nesta fase, acontece a seleção e crescimento de um folículo, estrutura onde o óvulo se localiza dentro do ovário. Esse processo é fundamental para o preparo da ovulação e nessa fase ocorre o aumento do estrogênio.
  • Ovulação: é a liberação do óvulo em si, fase que pode ocorrer a gravidez. Nessa etapa, há um pico de estrogênio e, em seguida, sua baixa.
  • Fase lútea: compreende o período entre a ovulação e a menstruação. O corpo se prepara para a gestação. Nessa fase, ocorre a produção da progesterona e, quando a gestação não acontece, a progesterona cai e a mulher inicia novamente seu ciclo menstrual.

Tratamento da anovulação

Como a anovulação possui diversas causas, a mulher precisa de acompanhamento médico para identificar a razão da sua falta de ovulação, e, consequentemente, seguir o tratamento médico indicado.

Além dos tratamentos para cada situação, a reprodução assistida, como a relação sexual programada com estimulação ovariana e a FIV (fertilização in vitro), é um tratamento indicado para a anovulação.

Quais são as causas da anovulação?

Como na maioria das condições de saúde, a anovulação possui diversas causas. É importante conhecê-las para que o tratamento adequado seja realizado, permitindo que a mulher recupere a capacidade de ovular. As principais causas da anovulação:

Obesidade

Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil já possui grande número de obesos. Pelo menos 1 a cada 5 pessoas estão em sobrepeso, considerando a população maior de 18 anos. Além dos diversos problemas de saúde que a obesidade pode resultar, a infertilidade e a anovulação crônica também podem aumentar pelo excesso de peso corporal.

Com níveis elevados de leptina, as mulheres obesas podem ter dificuldade para engravidar, já que esse hormônio está associado à infertilidade.

Além disso, em casos de obesidade associados à Diabetes tipo 2, pode existir a resistência à insulina, resultando em alterações endocrinológicas e também nos hormônios sexuais, o que pode dificultar uma gestação natural.

A obesidade está associada à anovulação e o excesso de peso pode estar relacionado à infertilidade. Nesse caso, o tratamento para a anovulação crônica pode ser a perda de peso, a prática de exercícios físicos, dietas e até cirurgia bariátrica, conforme a avaliação e indicação médica.

Peso muito baixo

Não é somente o sobrepeso e a obesidade que causam problemas e condições desfavoráveis à saúde, mas o peso baixo também. Assim, mulheres que estejam com peso abaixo do normal, segundo o IMC (índice de massa corpórea), podem sofrer com a falta de ovulação e os problemas que isso pode acarretar.

O acompanhamento médico é importante para verificar as razões para o baixo peso corporal, assim como indicar tratamentos, profissionais e dietas que podem ser adequadas para o aumento de peso de forma saudável e a normalização do ciclo menstrual e ovulatório.

Síndrome dos ovários policísticos (SOP)

A SOP é uma das principais causas da ausência de ovulação. Muitas mulheres lidam com essa condição, mas nem chegam a saber disso até os sintomas dessa doença ficarem intensos ou até que problemas para engravidar surjam.

A SOP é um distúrbio endocrinológico, sendo mais comum do que muitas mulheres possam imaginar. A condição é caracterizada pelas alterações de ciclo menstrual, aspecto micropolicístico ao ultrassom e o aumento do hormônio masculinos – como a testosterona.

Com a SOP, a mulher produz testosterona (hiperandrogenismo) acima do normal, o que provoca crescimento de pelos em áreas incomuns pelo corpo, como rosto e até nas costas.

Além de causar esses problemas inconvenientes, a SOP, a longo prazo, pode causar outras doenças, como diabetes e doenças cardiovasculares. A SOP também provoca diversos sintomas e problemas na autoestima da mulher, como:

  • Disfunção ovariana devido a ciclos irregulares, em geral muito longos;
  • Desequilíbrio hormonal, podendo causar traços masculinos, problemas na pele, queda dos fios de cabelo, acne e sobrepeso.

Prática intensa de exercícios físicos

A prática de exercícios físicos é indicada para melhora da saúde e condicionamento físico, porém em excesso ela pode causar problemas, incluindo a anovulação. Dessa forma, é necessário dosar a quantidade e intensidade de atividades físicas durante a semana, que devem ser sempre acompanhadas por profissionais da área.

Alterações na tireoide: hipotireoidismo ou hipertireoidismo

Outra queixa comum nas mulheres é a alteração na tireoide, como o hipertireoidismo ou o hipotiroidismo. Essas alterações também são causas da anovulação e da infertilidade na mulher. O hipertireoidismo se caracteriza quando a tireoide produz em excesso os hormônios tireoidianos. Já o hipotiroidismo se caracteriza quando a tireoide não produz de forma suficiente os hormônios.

Hiperprolactinemia

A prolactina é um hormônio produzido pela hipófise e seu excesso pode alterar a liberação dos hormônios FSH e LH, responsáveis pelo crescimento de um folículo e, consequentemente, pela ovulação. Situações que elevem a prolactina, como medicamento e tumores, podem resultar em alterações no ciclo menstrual e na amenorreia.

Gostou de descobrir o que é anovulação? Então confira também nosso texto sobre síndrome dos ovários policísticos (SOP)!

Ovodoação: o que é e como é realizada

Hoje vou falar sobre a ovodoação, um procedimento que, além de resultar em altas chances de sucesso, também é um tratamento muito bonito, pois envolve muitas pessoas com o mesmo objetivo – construir uma família.

Cada vez mais difundidas, as técnicas de reprodução assistida ajudam muitos casais a tratarem a infertilidade e a realizarem o sonho de ter filhos biológicos. Em alguns casos, porém, o problema está relacionado à falta ou má qualidade dos gametas femininos (óvulos).

Um exemplo disso é quando a mulher tem baixa reserva ovariana, situação muitas vezes relacionada à idade avançada ou a tratamentos oncológicos, ou ainda com os casais homoafetivos masculinos.

Nessas situações, é preciso recorrer à doação de óvulos ou ovodoação. No Brasil, de acordo com resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), é possível realizar esse tipo de técnica de duas maneiras.

Na primeira delas, chamada de doação compartilhada, a doadora e a receptora dos óvulos são pacientes que estão fazendo uma FIV (fertilização in vitro), e a segunda assume parte dos custos do tratamento da primeira.

A segunda modalidade diz respeito à ovodoação voluntária, em que a doadora fornece os óvulos sem receber nada em troca. Em nenhum dos casos pode se estabelecer uma relação comercial ou lucrativa, e a doação deve ser sempre anônima.

Considero a ovodoação uma técnica muito importante para casais inférteis e homoafetivos masculinos. Sem ela, muitos casais não teriam a possibilidade de ter filhos. Ela pode ser uma opção para você.

Neste artigo vamos falar sobre cada uma dessas possibilidades e outras particularidades relativas à doação de óvulos.

O que é doação de óvulos

Para que ocorra a fecundação e, consequentemente, a formação de um embrião, é necessário haver gametas femininos (óvulos) e masculinos (espermatozoides). Em caso de falta ou baixa qualidade de um deles, devido a algum problema que afete a fertilidade do homem ou da mulher, existe a possibilidade de utilizar gametas doados.

No caso dos espermatozoides, o processo é mais simples, pois a coleta é feita por meio da masturbação. A doação de óvulos, porém, envolve um tratamento de estimulação ovariana, mesmo processo realizado na FIV e outras técnicas de reprodução assistida, para que a mulher produza mais do que um óvulo, além do procedimento de punção, para a retirada dos folículos, realizado com o auxílio de uma agulha fina, realizado sob sedação.

Modalidades de ovodoação

A modalidade mais comum de doação de óvulos, conhecida como doação compartilhada, requer duas mulheres em tratamento de FIV. A doadora é uma mulher jovem (uma vez que para doar óvulos, é preciso ter até 35 anos de idade) que, no entanto, não tem condições financeiras para custear o tratamento.

Já a receptora é uma paciente com indicação médica para receber óvulos – seja pela falta deles, como em casos de baixa reserva ovariana, seja por sua baixa qualidade. A receptora terá direito a parte dos óvulos resultantes da estimulação ovariana e punção e, em troca, arcará parcialmente com os custos do tratamento da doadora.

Esse acordo é validado pela resolução do Conselho Federal de Medicina. Todo o processo de doação e recepção dos óvulos é realizado por intermédio da clínica de fertilização, o que garante o anonimato de ambas as pacientes.

A outra possibilidade é a doação voluntária. Essa modalidade normalmente ocorre quando a mulher, após o tratamento de estimulação ovariana, dentro do contexto da reprodução assistida, não deseja ficar com todos os óvulos por receio de gestação gemelar ou por não querer congelar seus óvulos. Outra situação comum é a de mulheres que congelaram seus óvulos e, após algum tempo, decidiram não ter mais filhos.

Normas para a doação de óvulos

Seja qual for a forma de doação de óvulos realizada, é necessário seguir as normas do CFM para doação de gametas e embriões. Entre elas estão:

  • O não estabelecimento de relação lucrativa ou comercial;
  • A garantia de anonimato e sigilo sobre a identidade de doadores e receptores;
  • Idade limite de 35 anos para as doadoras.

Além disso, o médico responsável pela escolha da doadora deve garantir que ela tenha características fenotípicas, ou seja, características físicas semelhantes às da receptora.

Indicações

Os principais casos em que a doação de óvulos é indicada são:

  • Baixa reserva ovariana, que pode ser causada pela idade avançada da mulher ou tratamentos que afetem os ovários, como quimioterapia, radioterapia e cirurgias;
  • Baixa qualidade dos óvulos, o que pode causar dificuldades na implantação do embrião;
  • Pacientes que tenham tentado FIV com óvulos próprios sem sucesso repetidas vezes;
  • Casais homoafetivos masculinos.

A mulher que receberá o óvulo doado precisa, necessariamente, realizar um preparo do útero para receber o embrião que será formado no laboratório.

Isso porque não é possível colocar o óvulo na tuba uterina para que ele seja fecundado naturalmente. É necessário que a fecundação ocorra em laboratório para que, posteriormente, o embrião seja transferido diretamente para o útero da paciente.

A doação de óvulos, portanto, é um processo mais complexo do que a doação de espermatozoides, mas que pode ser a solução para que alguns casais consigam a tão desejada gestação.

Se você gostou do nosso artigo sobre o tema e acha que as informações que apresentamos podem ajudar também os seus amigos, compartilhe nas suas redes sociais.

Precisa da avaliação de um especialista em Reprodução Humana e Preservação da Fertilidade?