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Azoospermia

Azoospermia

Quando não há espermatozoides no sêmen ejaculado, o homem é diagnosticado com uma condição chamada azoospermia. Considerada uma das principais causas de infertilidade masculina, pode ser provocada por diferentes fatores e é classificada como obstrutiva e não obstrutiva.

Assim como outras patologias masculinas, a azoospermia, na maioria dos casos, não manifesta sintomas, dificultando o diagnóstico precoce. Geralmente, a suspeita ocorre a partir da tentativa frustrada de engravidar a parceira.

No entanto, apesar de provocar infertilidade, tem tratamento. Este texto aborda a azoospermia, destacando os tipos e causas que provocam cada um, os sintomas que indicam a necessidade de procurar auxílio médico, diagnóstico e tratamento.

Quais são os sintomas provocados pela azoospermia?

Embora a azoospermia seja assintomática na maioria dos casos, alguns sintomas alertam para o problema. Os mais comuns são:

  • Dificuldade para ejacular ou ejaculação em pequenos volumes;
  • Dificuldade em manter uma ereção (disfunção erétil);
  • Diminuição do desejo sexual;
  • Diminuição de pelos faciais e corporais;
  • Dor nos testículos;
  • Secreções penianas;
  • Inchaço ou nódulo na região testicular;
  • Crescimento anormal da mama (ginecomastia);
  • Infecções respiratórias recorrentes;
  • Incapacidade de sentir aromas.

Quais são os tipos de azoospermia e o que causam?

A azoospermia é classificada como obstrutiva quando um bloqueio impede que o espermatozoide seja transportado pelo sistema reprodutor masculino e chegue às vesículas seminais, em se mistura ao líquido seminal antes da ejaculação.

Esse é o tipo mais registrado em homens com o problema e também é conhecido como azoospermia pós-testicular.

As obstruções ocorrem no epidídimo, duto que coleta e armazena os espermatozoides após serem produzidos pelos testículos, ou nos dutos deferentes, canais que ligam os epidídimos às vesículas seminais.

Podem ser provocadas por infecções, cistos ou tumores, ou se o sêmen entrar na bexiga em vez de ser ejaculado durante o orgasmo (ejaculação retrógada).

Quando há diminuição da produção de espermatozoides pelos testículos, a azoospermia é classificada como não obstrutiva, subdividida em pré-testicular e testicular.

Na pré-testicular, os testículos são normais, no entanto não produzem espermatozoides. Embora seja um tipo raro, as causas geralmente são genéticas ou hormonais.

Já a testicular resulta de danos nos testículos causados por infecções, como epididimite (do epidídimo) e uretrite (uretra), que frequentemente são causadas por infecções sexualmente transmissíveis (IST), doenças, como caxumba, diabetes ou insuficiência renal, por lesões na virilha ou nos testículos e por varicocele, condição em que as veias do cordão espermático se dilatam e dificultam a circulação sanguínea.

Alguns fatores aumentam ainda mais o risco de alterações na produção dos gametas masculinos, entre eles estão o aumento da temperatura dos testículos, hábitos prejudiciais, como tabagismo e alcoolismo, transtornos emocionais, como a depressão, e sobrepeso. Em alguns casos, porém, não é possível identificar a causa.

Para determinar o tipo de azoospermia, o paciente é submetido a exames.

Exames indicados para diagnosticar a azoospermia

A investigação da azoospermia inicia com o exame físico. Durante o procedimento, é possível verificar se há alterações nos testículos, presença de secreções e de varizes características de varicocele.

Para confirmar a ausência de espermatozoides no fluído seminal, devem ser analisadas duas amostras de sêmen pelo espermograma, exame padrão para avaliar a fertilidade masculina. A azoospermia é constatada se não houver presença de espermatozoides em nenhuma delas.

Além disso, a análise possibilita a exclusão de outros problemas que também podem provocar infertilidade masculina, como alterações na morfologia e motilidade dos espermatozoides ou no pH e viscosidade do sêmen.

São solicitados também exames laboratoriais e de imagem. Os testes hormonais avaliam os níveis de hormônios sexuais masculinos, enquanto os bloqueios são verificados por exames de imagem, como a ultrassonografia.

Os resultados possibilitam identificar o tipo de azoospermia e contribuem para definição da abordagem terapêutica mais adequada para cada caso.

Como a azoospermia é tratada?

Duas abordagens iniciais são indicadas para o tratamento de azoospermia: a cirúrgica, para a reconstrução ou reconexão de ductos obstruídos, e os tratamentos hormonais, que corrigem os níveis hormonais.

Se a produção dos gametas masculinos não for normalizada e a fertilidade restaurada, é indicado o tratamento por fertilização in vitro (FIV). Desde a década de 1990, a azoospermia, assim como outros fatores graves de infertilidade masculina, pode ser tratada pela FIV com injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI), que utiliza métodos cirúrgicos para recuperação dos espermatozoides.

Por exemplo, TESE (testicular sperm extraction) e Micro-TESE (microdissection testicular sperm extraction) são os métodos utilizados quando a azoospermia é não obstrutiva. Eles possibilitam a coleta dos espermatozoides diretamente dos testículos.

Se a azoospermia for obstrutiva, os espermatozoides podem ser recuperados dos epidídimos. Nesse caso, os métodos utilizados são PESA (percutaneous epididymal sperm aspiration) e MESA (microsurgical epididymal sperm aspiration). Infelizmente, em alguns casos, mesmo com os procedimentos cirúrgicos, não são identificados espermatozoides. Nessas situações, a recomendação é a utilização de sêmen de doador.

No decurso da FIV com ICSI, os espermatozoides são avaliados por microscópio e capturados pelo micromanipulador de gametas, instrumento que possibilita a injeção de cada um dos gametas masculinos no citoplasma do óvulo.

Outras técnicas complementares ao procedimento possibilitam ainda a solução de diversos problemas, tornando a FIV o principal tratamento de reprodução assistida e o que apresenta os índices mais expressivos de gravidez bem-sucedida por ciclo de realização.

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