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Miomas Uterinos e Infertilidade: saiba mais

Neste artigo, além de explicar a você o que são miomas uterinos, compartilho informações gerais sobre a doença, como suas causas, seus sintomas, seu diagnóstico e o tratamento. Acompanhe o texto e descubra se você pode ser portadora de miomas e como solucionar a situação.

Existem muitas doenças femininas que podem atrapalhar os planos de ter filhos. Vou falar para você sobre uma delas aqui: miomas uterinos. Embora haja apreensão sobre a doença, como observo sempre no consultório, são raros os casos que provocam de fato infertilidade, e quando isso acontece é possível reverter o quadro na maioria das vezes.

O útero é um órgão formado por diferentes camadas. Em sua região mais externa, encontra-se o perimétrio ou camada serosa; sua parede interna é o endométrio; e, no meio, está o miométrio, camada de musculatura lisa. Os miomas podem se desenvolver em qualquer uma das camadas.

O que são e como se desenvolvem os miomas uterinos?

Os miomas uterinos são estruturas com aspectos nodulares que crescem e se desenvolvem no útero, na maioria dos casos nas mulheres em idade reprodutiva. Esses tumores de caráter benigno podem surgir em unicidade ou multiplicidade, em diferentes tamanhos, e em muitos casos, silenciosamente.

São classificados de acordo com a região em que se manifestam: os miomas submucosos se estendem ao interior da cavidade uterina, os intramurais permanecem na parede do miométrio e os subserosos, costumam ocupar espaço da cavidade abdominal.

Embora a maioria dos casos sejam assintomáticos, você pode imaginar que está com miomas se notar um aumento em seu fluxo menstrual ou volume abdominal, se sentir dor pélvica ou dificuldades para ter filhos, que são os sinais mais comuns em mulheres com a doença.

Os sintomas, no entanto, variam de acordo com a localização dos miomas. Os submucosos, por exemplo, que são os que oferecem maior risco de infertilidade, podem gerar sangramentos entre os períodos menstruais, cólicas e aumento do fluxo menstrual. Os subserosos, por outro lado, devido ao inchaço e a possível compressão na bexiga, podem aumentar a frequência de micção e constipação.

As dificuldades gestacionais também podem indicar a presença de miomas, devido às alterações que os nódulos podem causar no endométrio e, assim, interferir na implantação do embrião ou mesmo comprometer o caminho dos espermatozoides, por exemplo.

Como os miomas surgem?

A razão pela qual os miomas crescem e se desenvolvem em algumas mulheres ainda não foi devidamente esclarecida pela ciência, embora já saibamos que os tumores estão relacionados ao hormônio estrogênio. Aliás, é por esse motivo que a patologia costuma regredir após a menopausa, já que os ovários não mais produzem a substância.

No entanto, há evidências de que, além do estrogênio, a ação da progesterona também influencia no desenvolvimento dos miomas.

Há, no entanto, diversos fatores de risco que estão relacionados à doença. A hereditariedade, a precocidade da menstruação, o avanço natural da idade e condições e hábitos de vida, como a obesidade e o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, cafeína e alimentos, como a carne vermelha.

Ainda no quesito herança genética, segundo estudos, os riscos de miomas são maiores para as mulheres de cor negra, que também tendem a apresentar sintomas mais severos.

De que maneira os miomas são diagnosticados?

É comum detectarmos o problema em exames físicos de rotina, quando nossas pacientes apresentam um aumento do volume uterino ou relatam alguns dos sintomas da doença.

Antes de indicar um tratamento, no entanto, precisamos diagnosticar apropriadamente a doença. Para isso, além da anamnese, performamos exames de toque, testes laboratoriais e, se necessário, procedimentos complementares como a ultrassonografia, histerossonografia, vídeohisteroscopiahisterossalpingografia ou ressonância magnética, para identificar a localização e tamanho dos miomas no útero. Essa investigação nos ajuda a escolher o tratamento ideal.

A abordagem primária costuma ser a terapia hormonal, por meio da qual indicamos medicamentos, como anti-inflamatórios não hormonais e anticoncepcionais, para reduzir os sintomas de desconforto, como sangramento e dor pélvica. Em algumas situações simulamos uma menopausa temporária, para reduzir a ação do estrogênio no organismo.

A segunda via de tratamento seria a miomectomia, que consiste na retirada cirúrgica dos miomas. O procedimento pode ser realizado por meio de uma histeroscopia, no caso de miomas submucosos, mas para extrair tumores maiores, é possível que seja necessária uma cirurgia aberta, laparoscopia ou cirurgia robótica.

Existe ainda a embolização, que consiste no bloqueio de artérias uterinas para impedir o fluxo sanguíneo que alimenta os miomas, e a ultrassonografia focalizada, que incide feixes de alta intensidade para destruir o tecido dos pequenos nódulos. Ambas as abordagens podem auxiliar na diminuição dos sintomas.

A histerectomia, ou seja, a retirada do útero, também é uma opção, mas naturalmente não é uma medida adequada para pacientes que desejam engravidar no futuro. Para estas, a intervenção cirúrgica costuma apresentar bons resultados. Aliás, nem sempre o procedimento é necessário, pois nem todos os miomas provocam obstruções ou alterações que dificultem a gravidez.

No entanto, se causarem desafios e não forem solucionados com as medidas citadas anteriormente, pode-se optar pela reprodução assistida, mais especificamente, a FIV (fertilização in vitro), procedimento no qual a fecundação ocorre em laboratório e a implantação embrionária é realizada diretamente no endométrio, com auxílio da equipe médica.

Você entendeu o que são miomas e como se desenvolvem? Embora tenham caráter benigno, suas estruturas nodulares podem causar desconfortos à mulher e impor desafios aos seus desejos de maternidade. A doença, que é comum com o avanço da idade em mulheres em idade reprodutiva, pode ser tratada de diferentes maneiras, que podem restaurar a capacidade reprodutiva natural da mulher ou auxiliá-la a ter filhos por meio da reprodução assistida.

Você gostaria de saber mais sobre o assunto? Então confira nossa página, com mais detalhes, sobre miomas uterinos.

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