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Sintomas dos Miomas: saiba mais!

Ao contrário do que muitos pensam, os miomas, na maioria dos casos, não são uma preocupação para a fertilidade, mas não podem ser negligenciados. Neste texto, vou destacar, em detalhes, os principais sintomas dos miomas. Além disso, vou mostrar como é realizado o tratamento e como essa doença se relaciona com as técnicas de reprodução assistida. Confira!

A investigação precisa ser profunda para avaliar o risco. Sempre individualizo o tratamento. Cada casal tem características únicas e nenhuma doença se apresenta da mesma forma em duas pessoas diferentes. Cada detalhe é importante.

Os miomas são tumores que se formam no útero. Apesar de serem benignos, os seus sintomas podem atrapalhar a qualidade de vida das mulheres e, até mesmo, a fertilidade.

O útero é formado por camadas, sendo a mais externa chamada de serosa, a intermediária de miométrio e a camada interna de endométrio. Os miomas podem ser formados em qualquer camada e podem ser únicos ou múltiplos. De acordo com a sua localização e tamanho, eles podem dificultar a gravidez.

O que são miomas?

Miomas são tumores benignos formados a partir de células do miométrio, composto por tecido muscular. Eles se formam a partir de uma célula muscular que cresce de forma desordenada formando um nódulo.

Apesar de a sua causa ainda ser desconhecida, alguns fatores de risco foram identificados, como a idade (em especial mulheres na pré-menopausa), obesidade, histórico familiar com a doença e desequilíbrio hormonal. A raça também é um fator relevante, pois, segundo estudos, mulheres negras são mais suscetíveis a terem miomas do que mulheres brancas.

Os miomas respondem diretamente ao estrogênio e progesterona, os principais hormônios femininos. Por isso, eles se desenvolvem durante a fase reprodutiva da mulher e tendem a diminuir de tamanho com a menopausa, período de queda hormonal.

Quais são os sintomas dos miomas?

Os miomas são classificados em 3 tipos, de acordo com a sua localização. Os miomas submucosos são localizados no interior da cavidade uterina. Os miomas intramurais são encontrados na parede muscular do útero e os miomas subserosos, situados na camada externa do útero.

Os sintomas variam de acordo com o tipo de miomas encontrados na paciente. Entre os principais sintomas associados aos miomas submucosos temos:

  • Sangramento fora do período menstrual;
  • Cólicas intensas;
  • Aumento do fluxo menstrual;
  • Infertilidade.

Os sintomas dos miomas intramurais são:

  • Aumento do fluxo menstrual;
  • Infertilidade;
  • Abortamento.

Na maioria dos casos, os miomas subserosos são assintomáticos. No entanto, entre os sintomas mais observados nesse tipo de mioma estão:

  • Inchaço;
  • Sensação de aperto na bexiga;
  • Aumento da frequência urinária;
  • Constipação.

Entretanto, essa separação entre localização e sintomas não é perfeita, de forma que podemos ter um mioma subseroso causando cólicas intensas, por exemplo.

Como é feito o diagnóstico?

Por não apresentarem sintomas, em muitos casos, os miomas são identificados durante as consultas ginecológicas de rotina. O tamanho e a localização dos miomas são confirmados por exames de imagem, como a ultrassonografia transvaginal, a ressonância magnética e a histerossonografia.

ultrassonografia transvaginal é um exame não invasivo que permite visualizar o canal vaginal, o útero e os ovários de perto. Ele é um dos exames ginecológicos de rotina, sendo indicado para diagnosticar diversas doenças que atingem a fertilidade da mulher.

ressonância magnética possibilita avaliar os órgãos da pelve com uma grande resolução, permitindo detectar o tamanho e a localização precisa dos miomas. A histerossonografia também é um exame de ultrassom, porém, durante a realização do exame é inserida uma solução fisiológica para facilitar a visualização de lesões uterinas, como os miomas.

Para casos mais complexos, exames mais detalhados podem ser solicitados, como a histerossalpingografia e a vídeo-histeroscopia ambulatorial. A histerossalpingografia é um exame de raio-X que utiliza um contraste para observar possíveis obstruções e anormalidades no útero.

histeroscopia ambulatorial avalia a cavidade uterina por meio de uma câmera, que é introduzida no útero pela vagina da paciente e transmite as imagens em tempo real. Nenhum corte é realizado durante o exame e a mulher pode retornar as suas atividades no mesmo dia.

Quais são as possibilidades de tratamento?

Existem 3 possibilidades de tratamento para os miomas sintomáticos: o medicamentoso, o cirúrgico e o uso de técnicas de reprodução assistida. Cada caso é único, por isso a importância da individualização, conduta que adoto com todos os casais. Apenas o médico que está acompanhando o caso pode indicar o melhor tratamento.

terapia hormonal é indicada para o alívio dos sintomas e o controle do tamanho dos miomas. São utilizados medicamentos hormonais que diminuem o nível do estrogênio, entretanto esse não é um tratamento adequado para as mulheres que desejam engravidar.

Os casos cirúrgicos são recomendados para os seguintes casos: rápido crescimento dos miomas, agravamento dos sintomas, infertilidade e caso a paciente queira uma solução definitiva para o problema.

A miomectomia é a cirurgia realizada para extrair os miomas. Nos casos de miomas submucosos, a técnica utilizada é a vídeo-histeroscopia cirúrgica, em que não são necessários cortes. Com isso, o pós-operatório da paciente é menor e menos doloroso. No entanto, ela é geralmente indicada apenas para o tratamento de miomas submucosos. Em outros casos é necessária a videolaparoscopia ou até mesmo a laparotomia (cirurgia aberta).

Caso o mioma não apresente sintomas, o tratamento não é necessário. Porém, a mulher deve fazer um acompanhamento a cada 6 meses para avaliar o tamanho e a quantidade dos miomas.

Miomas e reprodução assistida

Os miomas podem causar infertilidade dependendo do seu tamanho e localização, provocando uma deformidade na cavidade uterina. Os miomas submucosos são mais propensos a causarem abortamento de repetição por dificultar a implantação do embrião.

Caso os miomas estejam dificultando a gravidez, é recomendado que eles sejam retirados cirurgicamente. Em alguns casos, esse tratamento é suficiente para que a gravidez ocorra. Do contrário, indico a FIV (fertilização in vitro), principal técnica de reprodução assistida. Ela possui uma alta taxa de sucesso, pois a fecundação acontece em laboratório.

Casos de pacientes com miomas são frequentes aqui no consultório, especialmente, em mulheres próximas da menopausa. Entre os sintomas mais frequentes estão o aumento do sangramento antes e durante o período menstrual, cólicas e infertilidade.

Caso a extração cirúrgica dos miomas não seja suficiente para reverter a infertilidade, o casal pode optar por uma técnica de reprodução assistida.

Os miomas uterinos afetam a qualidade de vida e a fertilidade de muitas mulheres. Saiba mais sobre esse assunto na nossa página exclusiva sobre miomas. Confira!

Infecções Sexualmente Transmissíveis podem causar Infertilidade?

Recebo em meu consultório com certa frequência pessoas com dúvidas sobre a relação entre infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), que são as antigas doenças sexualmente transmissíveis ou DSTs, e infertilidade, principalmente o público mais jovem, por isso resolvi escrever este texto!

As ISTs são um problema mundial para a saúde sexual e reprodutiva. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que existam mais de 30 tipos de bactérias, vírus e parasitas transmissíveis pelo contato sexual.

A maioria dessas doenças é transmitida por oito desses microrganismos, dentre os quais quatro são curáveis: sífilis, gonorreia, clamídia e tricomoníase. As demais (hepatite B, herpes, HIV e HPV) podem ter seus sintomas reduzidos com o tratamento adequado, mas hoje não têm cura definitiva.

Ainda de acordo com a OMS, mais de um milhão de infecções sexualmente transmissíveis são contraídas todos os dias. A cada ano, cerca de 376 milhões de pessoas são infectadas com uma das quatro principais ISTs citadas acima, e estima-se que hoje existem mais de 500 milhões de pessoas com herpes genital.

Essas altas taxas de prevalência ocorrem, em parte, porque essas infecções podem ser assintomáticas ou terem sintomas muito leves, dificultando sua identificação pelo paciente. Além disso, é comum que, sobretudo os homens, tenham resistência a procurar um médico quando percebem os primeiros sinais. No entanto, mesmo quando a pessoa não manifesta a doença, pode transmitir o agente infeccioso.

Algumas ISTs, principalmente quando não são diagnosticadas precocemente e/ou quando o paciente não se submete ao tratamento adequado, podem levar a algumas complicações, incluindo a infertilidade. Para saber mais sobre a relação entre infecções sexualmente transmissíveis e infertilidade, continue a leitura.

O que são infecções

As infecções ocorrem quando micro-organismos entram e se desenvolvem ou se multiplicam no nosso corpo. Esses agentes infecciosos podem ser bactérias, vírus, fungos, entre outros. Eles podem invadir o organismo por meio da pele, das mucosas ou mesmo das vias aéreas. Quando essa invasão ocorre por meio do contato sexual, as infecções são chamadas de ISTs.

A partir do momento em que esses micro-organismos invadem e passam a se desenvolver no nosso corpo, existem três possíveis cenários:

  • O corpo elimina o invasor, de forma natural ou com o auxílio de medicamentos;
  • O agente infeccioso continua a se multiplicar e ultrapassa a defesa do corpo;
  • Chega-se a um estado de equilíbrio, que caracteriza uma infecção crônica.

A duração e a gravidade de uma infecção dependerão tanto do funcionamento do sistema imunológico da pessoa quanto das características do agente infeccioso. Para prevenir ISTs, é fundamental a prática do sexo seguro, com o uso de preservativos, em todos os tipos de relação (via vaginal, anal ou oral). No caso das mulheres, visitar um ginecologista anualmente também é essencial para a prevenção e o diagnóstico precoce de qualquer infecção sexualmente transmissível.

Quando as ISTs podem causar infertilidade

O fato de algumas ISTs serem assintomáticas ou terem sintomas muito leves pode fazer com que elas não sejam descobertas ou levem muito tempo para serem diagnosticadas. Isso leva ao diagnóstico tardio e à falta de tratamento, o que pode acarretar complicações, incluindo a infertilidade.

Uma das doenças que podem vir a ser causadas por ISTs é a cervicite crônica, que consiste na inflamação do cérvix, parte inferior do colo do útero. Entre as infecções causadoras da doença estão a clamídia, a gonorreia e a herpes genital.

Se não for tratada, a inflamação pode subir e afetar o útero e outros órgãos, favorecendo o desenvolvimento de condições como a endometrite (inflamação do endométrio, camada mucosa que reveste o útero por dentro) e a doença inflamatória pélvica, que atinge o útero, as tubas uterinas e os ovários, podendo causar infertilidade.

Essas condições, quando acometem o endométrio, podem dificultar a implantação do embrião no útero para o início da gestação. Já nos casos em que as tubas uterinas são afetadas, é possível que haja o desenvolvimento de obstruções que dificultam a chegada dos espermatozoides até o óvulo, dificultando, portanto, a fecundação.

Além da infertilidade, os danos nas tubas podem também causar gravidez ectópica (fora do útero).

Reprodução assistida para tratar a infertilidade

Nos casos em que a infecção sexualmente transmissível não foi tratada a tempo e acabou por causar danos irreversíveis ao aparelho reprodutor feminino, levando à infertilidade, é possível recorrer a técnicas de reprodução assistida caso a mulher tenha a intenção de engravidar.

A mais avançada delas, a fertilização in vitro (FIV), é indicada principalmente nos casos em que há aderências ou obstruções nas tubas. Isso porque em uma FIV os óvulos e espermatozoides do casal são coletados para que a fertilização possa ser realizada em laboratório. Posteriormente, os embriões são transferidos diretamente para o útero, eliminando a necessidade das tubas uterinas durante o processo.

As ISTs, portanto, são uma importante causa de infertilidade, por isso a prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para evitar complicações e preservar a saúde reprodutiva.

Se quiser saber mais sobre os fatores de risco, sintomas e tratamento da infecção por clamídia, uma das ISTs mais comuns no mundo, toque aqui para ler outro conteúdo do nosso site.

Infertilidade Masculina: Conheça as possíveis causas

Uma pergunta muito frequente que ouço é: o que pode deixar o homem infértil? Isso pode acontecer? A resposta é sim, pode acontecer, e existem diversos fatores que podem provocar isso.

A infertilidade, tanto em homens quanto em mulheres, é uma doença caracterizada pela incapacidade de ter filhos após tentativas por um ano sem a utilização de métodos contraceptivos. Muitas vezes, é uma consequência de patologias que, especialmente se não tratadas a tempo, afetam partes do sistema reprodutor e prejudicam sua capacidade reprodutiva.

Dependendo do grau de acometimento do sistema reprodutivo masculino, a infertilidade pode ser transitória ou permanente. A infertilidade transitória é uma condição tratável, normalmente corrigida por via medicamentosa ou cirúrgica, dependendo da doença que originou essa condição. A infertilidade permanente não pode ser tratada, mas, na maior parte dos casos, as técnicas de reprodução assistida podem auxiliar.

Alguns exemplos de doenças que levam o homem a quadros de infertilidade são a varicocele, doença causada por defeitos nas válvulas da rede venosa dos testículos, ISTs (infecções sexualmente transmissíveis), como a clamídia e gonorreia, complicações decorrentes da caxumba, além de condições genéticas diversas que impedem ou que geram dificuldades ao homem que quer ser pai.

Quer conhecer melhor as doenças que causam infertilidade masculina? Acompanhe na leitura do texto abaixo!

O que é infertilidade?

A infertilidade é considerada um problema de saúde pública pela OMS (Organização Mundial da Saúde), já que atinge 15% de toda a população mundial.

A infertilidade, em geral, se define pela frustração das tentativas de engravidar durante 12 meses, sem uso de qualquer método anticoncepcional.

Quando a investigação sobre a fertilidade do casal aponta para fatores masculinos como origem desse quadro de infertilidade, chamamos de infertilidade masculina.

Causas da infertilidade masculina

As causas da infertilidade masculina podem ter uma origem genética ou podem ser resultado de danos posteriores ao nascimento, como infecções, ISTs, alcoolismo, tabagismo, estresse e uso de entorpecentes e substâncias tóxicas.

Entre as causas genéticas, podemos ainda dividi-las entre cromossômicas ou gênicas. A síndrome de Klinefelter é a mais conhecida entre as alterações cromossômicas que tem infertilidade como consequência. Ela acontece quando o cariótipo (conjunto de cromossomos) apresenta 3 cromossomos sexuais em vez de dois, na configuração XXY.

Essa condição é diagnosticada normalmente na puberdade e se manifesta em sinais e sintomas compartilhados com outras anomalias, como hipogonadismo hipergonadotrófico (que leva ao subdesenvolvimento do sistema reprodutor e também à inibição do aparecimento dos caracteres sexuais secundários), azoospermia (ausência de espermatozoides no líquido ejaculado), atrofia testicular, entre outros.

Chamamos de oligozoospermia a diminuição drástica do número de espermatozoides no ejaculado e azoospermia quando há ausência total dessas células.

Entre as causas genéticas podemos citar a translocação de cromossomos, em que um pedaço de um cromossomo é perdido ou troca de lugar com outro, assim como a microdeleção do cromossomo Y, doença em que o homem não tem um pedaço desse cromossomo tão importante para a produção de espermatozoides.

Muitos quadros de infertilidade masculina, porém, não resultam de problemas genéticos pré-natais (congênitos).

Uma doença que pode levar à infertilidade é a varicocele que envolve a dilatação do sistema que drena o sangue dos testículos, resultante de defeitos nas válvulas que controlam o retorno venoso provocando a dilatação dos vasos.

A compressão dos testículos leva à dor e prejudica a formação dos espermatozoides, fazendo da varicocele a principal causa de infertilidade masculina, ainda que assintomática na maioria dos casos.

incidência dessa doença está entre 10% e 15% da população geral, porém aparece em até 50% dos homens inférteis que nunca tiveram filhos (infertilidade primária) e em até 80% dos homens inférteis que já tiveram filhos (infertilidade secundária).

Outras doenças que resultam muitas vezes em infertilidade é a caxumba e infecções no trato urogenital resultantes de ISTs (infecções sexualmente transmissíveis), inflamações na uretra (uretrite), na próstata (prostatite) e no epidídimo (epididimite), bem como estilo de vida pouco saudável podem levar a grandes dificuldades ou até mesmo à incapacidade reprodutivas.

Desses, os problemas com a próstata são dos mais comuns e os mais negligenciados pelos homens.

Muitos homens, finalmente, optam por prevenir definitivamente o aparecimento de novas gestações com a vasectomia, que é uma intervenção cirúrgica que promove um quadro definitivo de azoospermia obstrutiva, mas que pode ser revertida em determinados casos.

Como investigar a infertilidade masculina?

A investigação da infertilidade masculina começa sempre com uma conversa aprofundada a respeito do histórico médico familiar e individual do casal, em busca de fatores genéticos ou de doenças preexistentes – tratadas ou não – que possam fornecer pistas sobre as causas da infertilidade.

Na primeira consulta é feito também o exame clínico, que avalia as condições externas dos órgãos sexuais masculinos e a solicitação de exames laboratoriais e de imagem, caso seja necessário.

O primeiro exame solicitado é o espermograma, que analisa o líquido ejaculado e mensura a quantidade, mobilidade e morfologia dos espermatozoides. Qualquer alteração nessas variáveis pode ser a causa da infertilidade e é a partir desse exame que outros, mais específicos, podem ser solicitados.

Quando o volume dos testículos parece alterado ao exame clínico, a ultrassonografia de bolsa testicular e o exame de dopplerfluxometria podem ser solicitados, já que potencialmente podem identificar patologias como a varicocele ou outras obstruções no trajeto entre os testículos e a uretra.

Se a suspeita recair sobre alterações hormonais, especialmente no metabolismo de secreção de testosterona, podem ser solicitadas dosagens hormonais, feitas através da coleta de sangue.

Reprodução assistida e infertilidade masculina

Os casos em que a impossibilidade de gerar filhos deve-se a causas reversíveis, o tratamento das doenças que originaram a condição de infertilidade é a primeira terapêutica escolhida.

Porém, quando as causas da infertilidade masculina são genéticas e irreversíveis, quando não podem ser determinadas com precisão, assim como nos casos em que outros tratamentos não foram capazes de reverter este quadro, o casal pode recorrer às técnicas de reprodução assistida, principalmente à FIV (fertilização in vitro), por suas altas taxas de sucesso e também, quando necessário pela possibilidade de utilizar espermatozoides de doadores, solicitados nos bancos de sêmen.

Quer saber mais sobre infertilidade masculina? Leia nosso conteúdo institucional clicando aqui.

Idade da Mulher e Infertilidade: saiba mais

A informação de que a idade da mulher afeta a fertilidade é bastante difundida, mas sempre recebo em meu consultório mulheres e também homens que querem saber mais sobre isso. Apenas falar que a idade afeta a fertilidade não é suficiente, até porque há condições que podem alterar essa relação.

Acompanhe-me na leitura e saiba um pouco mais sobre esse assunto, tão importante hoje, que a mulher tem outras prioridades e deixa para engravidar mais tarde.

Enquanto nos séculos passados o papel da mulher na sociedade era formar uma família e cuidar da casa e do marido, atualmente elas querem estudar, crescer na carreira, alcançar sua independência, viajar. E como um filho gera muita responsabilidade e consome muito tempo, principalmente das mães, considerando o período da gestação, amamentação, etc., a protelação da gravidez se torna cada dia mais comum.

Socialmente, não há problema nenhum em deixar essa realização para o futuro. Porém, o famoso “relógio biológico” é uma realidade e, por isso, é fundamental ter informações para tomar essa decisão de forma totalmente consciente.

Para entender qual a relação entre idade e infertilidade feminina, e para saber o que fazer para ter controle sobre essa situação, continue a leitura.

A infertilidade feminina e suas causas

Diversos fatores podem causar a infertilidade feminina, e qualquer alteração no sistema reprodutor pode ter um grande impacto e impedir ou dificultar uma gravidez. Entre esses fatores estão os problemas hormonais, algumas doenças, além de problemas no útero ou nos ovários.

Ou seja, grande parte das causas da infertilidade estão relacionadas a um problema, algo que não está funcionando como deveria.

Porém, há um caso específico que não tem relação direta com a saúde feminina: a idade. Isso significa que, por mais saudável que a mulher seja e mesmo que seu organismo esteja em perfeito funcionamento, depois de determinada idade, há uma grande dificuldade ou mesmo a impossibilidade de engravidar.

Idade x infertilidade feminina

Pode-se dizer que a fertilidade feminina é determinada pelo número e qualidade de óvulos que a mulher possui, sua reserva ovariana. Todas já nascem com o número total de gametas que estarão disponíveis por toda a sua vida, e a cada ciclo menstrual essa quantidade diminui. Isso significa que o organismo feminino não produz mais óvulos após seu nascimento, e que, quanto mais velha a mulher for, menor a sua reserva ovariana e, consequentemente, sua fertilidade.

A queda do número de gametas acontece todos os meses, mesmo que a mulher não chegue a menstruar. Por volta dos 35 anos, a queda passa a ser ainda mais brusca e a diminuição acontece até que não se tenha mais nenhum óvulo.

Esta é a menopausa, quando a mulher para de menstruar e se torna impossível ter um filho de forma natural, mas isso ocorre apenas aos 50 anos aproximadamente. Um fator interessante é que existem estudos que mostram que a fertilidade natural acaba aproximadamente 10 anos antes da idade da menopausa. Por isso, apesar de que a gestação possa acontecer de forma espontânea, a partir dos 40 anos, pode ser especialmente difícil.

Este é o principal fator que faz com que a idade seja tão importante para a fertilidade feminina, mas há outra condição que também está relacionada a isso. Como os óvulos nascem junto com a mulher, eles envelhecem junto com ela. Ou seja, depois de determinada idade, além da baixa reserva ovariana, os óvulos restantes têm menos qualidade. Isso faz com que a fecundação se torne mais difícil.

A idade também interfere na fertilidade masculina, mas de forma bem diferente. O homem produz espermatozoides durante toda a sua vida, havendo apenas uma redução da qualidade dos gametas ao longo do tempo.

Infertilidade e técnicas de reprodução assistida

Atualmente existem técnicas que podem ajudar as mulheres a engravidar com uma idade mais avançada, embora o limite de utilização de técnicas de reprodução assistida seja 50 anos para as mulheres devido à fragilidade que se segue à menopausa.

Preservação social da fertilidade

preservação social da fertilidade é um procedimento muito indicado para as mulheres mais jovens, que ainda têm uma boa reserva ovariana, com óvulos saudáveis. No entanto, a técnica pode ser utilizada por qualquer mulher que ainda tenha planos de engravidar, mas ainda queira protelar.

Após realizar testes de reserva ovariana, hormonais e outros exames, é feita a estimulação ovariana para que um número maior de folículos se desenvolva. Quando eles já estiverem maduros, é feita uma punção para coletar o líquido folicular, no qual o óvulo se desenvolve. O líquido é enviado ao laboratório para identificação e coleta dos óvulos no líquido. Esses óvulos podem ser utilizados a fresco na fertilização in vitro ou congelados para fins de preservação.

A criopreservação é uma técnica que consiste no congelamento dos óvulos, mas também pode ser feita com espermatozoides e com embriões já fecundados.

A vantagem deste procedimento é que ele preserva a qualidade dos óvulos, ou seja, se o congelamento é feito quando a mulher tem 25 anos, independentemente de quanto tempo depois ela decidir usá-los, eles ainda terão a mesma qualidade dos 25 anos.

Os óvulos criopreservados podem ser usados futuramente para a realização da técnica conhecida como FIV (fertilização in vitro).

Fertilização in vitro

A FIV é a técnica de reprodução assistida com maior taxa de sucesso e a mais indicada para mulheres inférteis pelo fator idade. A realização da FIV se dá pela fecundação do embrião em laboratório, e sua posterior transferência para o útero.

O óvulo utilizado pode ser coletado da mulher especificamente para este procedimento ou pode ser criopreservado para uso futuro. Caso nenhuma das duas opções seja possível, o casal pode optar pela ovodoação.

Ovodoação

A ovodoação consiste na doação de óvulos para uma pessoa desconhecida. No caso de mulheres que não conseguem engravidar por causa da baixa reserva ovariana e que não fizeram a preservação social da fertilidade, é possível utilizar os óvulos de outra mulher.

Esses óvulos são fecundados pelos espermatozoides do companheiro na FIV. A fecundação é feita em laboratório e o embrião é transferido para o útero para que a gestação possa acontecer normalmente.

Todo o procedimento da ovodoação é anônimo, ou seja, o casal não sabe quem é a mulher doadora, que, por sua vez, não sabe que são as pessoas que receberão seus óvulos.

Esses são os principais procedimentos para possibilitar a gestação de mulheres em idade avançada. Se este conteúdo foi útil, continue aqui no site e leia mais sobre a infertilidade feminina.

SOP: O que é?

Muitas mulheres chegam no meu consultório ou me enviam mensagens querendo saber mais sobre a Síndrome dos Ovários Policísticos ou SOP. Seja porque ouviram o que uma amiga falou, seja porque viram algum vídeo na internet, ou mesmo porque outro ginecologista sugeriu esse diagnóstico. Aposto que você já ouviu falar, suspeita que possa ter ou tem alguma amiga que já foi diagnosticada.

Para conhecermos mais sobre a doença, precisamos entender um pouco como funciona o corpo da mulher. Os ovários são duas glândulas responsáveis pela produção dos hormônios sexuais (estrogênio e progesterona) e armazenamento das células reprodutivas, os folículos, bolsas que contêm os óvulos.

A cada ciclo menstrual diversos folículos são recrutados, no entanto apenas um amadurece, desenvolve, rompe e ovula, liberando o óvulo que pode ser fecundado pelo espermatozoide, originando o embrião.

Esse processo é estimulado por diferentes hormônios além dos sexuais, e se repete durante toda a fase fértil feminina até a menopausa, quando ocorre a última menstruação e os ovários entram em falência.

Na SOP ou síndrome dos ovários policísticos, há o crescimento de múltiplos folículos na parte externa dos ovários. Isso causa um desequilíbrio nos hormônios reprodutivos resultando em infertilidade.

Elaborei esse texto para você conhecer melhor a SOP, o que pode te ajudar a evitar complicações mais graves e até como conseguir uma gestação. Nele, explico dos fatores de risco e relação com a infertilidade ao diagnóstico e tratamento.

O que é a Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP)?

A SOP é uma condição que pode afetar a sua fertilidade durante a fase reprodutiva. Observamos em pacientes com a doença uma alteração dos níveis dos hormônios sexuais, que impedem o desenvolvimento e amadurecimento dos folículos e assim, podemos observar muitos folículos, que se assemelham a cistos pequenos, quando é realizado o ultrassom transvaginal. Daí o nome da síndrome.

Esse excesso de folículos e alterações hormonais resultam em problemas de ovulação, como a dificuldade em liberar o óvulo, levando à irregularidade menstrual ou anovulação. A SOP é, inclusive, considerada a principal causa de anovulação.

Além disso, como consequência do desequilíbrio nos níveis dos hormônios reprodutivos pode haver um aumento da testosterona, principal hormônio masculino. Normalmente, é produzido em pequenas quantidades pelos ovários, mas na SOP a produção é muito maior, provocando diferentes alterações na imagem corporal da mulher.

Ainda que as causas da SOP permaneçam desconhecidas ela é associada por estudos a fatores de risco como:

  • Genética: a incidência de SOP é maior em mulheres com casos relatados em familiares de primeiro grau, como mães ou irmãs;
  • Obesidade e resistência à insulina: o excesso de peso é considerado a principal causa de resistência à insulina (RI), quando as células não respondem ao hormônio, responsável por controlar a quantidade de glicose presente no sangue. A resistência à insulina interfere no desenvolvimento e maturação dos folículos, causando os problemas na ovulação e agravando o quadro de hiperandrogenismo (aumento dos hormônios masculinos).

A SOP apresenta percentuais de prevalência de até 20% em alguns países, incluindo o Brasil.

Quais são os sintomas de SOP?

Os múltiplos cistos provocam o aumento do volume ovariano, enquanto os problemas de ovulação e o aumento da testosterona resultam em diferentes sintomas. Eles podem manifestar em maior ou menor intensidade e interferir na autoestima das mulheres portadoras resultando no desenvolvimento de transtornos emocionais. Os principais sintomas de SOP são:

  • Ciclos menstruais em intervalos mais longos (acima de 45 dias);
  • Amenorreia (ausência de fluxo menstrual por mais de 60 dias);
  • Aumento do volume ovariano;
  • Crescimento de pelos no rosto e outros locais do corpo (hirsutismo);
  • Surgimento de acne e seborreia;
  • Queda temporária de cabelo (alopecia);
  • Aumento de peso;
  • Transtornos emocionais, como ansiedade e depressão.

Os sintomas, no entanto, podem ser evitados quando a SOP é precocemente diagnosticada e tratada.

Como a SOP é diagnosticada?

O diagnóstico de SOP é feito de acordo com alguns critérios e após a exclusão de outras doenças que podem causar sintomas semelhantes. Para isso, são realizados exames laboratoriais e de imagem.

Geralmente realizamos testes para avaliação da reserva ovariana, que indica a quantidade dos folículos, testes hormonais, para avaliar os níveis dos hormônios reprodutivos e testes de imagem, como a ultrassonografia transvaginal, que confirmam a presença dos múltiplos folículos, a quantidade, tamanho e a medida do volume ovariano.

Após os resultados, consideramos, ainda, pelo menos dois dos seguintes critérios para confirmação do diagnóstico.

  • Distúrbios de ovulação, caracterizados pela oligovulação (ovulação infrequente ou irregular) ou anovulação (ausência completa de ovulação);
  • Sinais clínicos e/ou bioquímicos (laboratoriais) de hiperandrogenismo;
  • Morfologia policística dos ovários – presença de 12 ou mais folículos medindo de 2 mm a 9 mm de diâmetro e/ou volume ovariano acima de 10 cm³.

Opções para o tratamento de SOP

Indicamos o tratamento a partir dos resultados apontados pelos exames diagnósticos e da principal queixa da paciente. Levamos em consideração também seu desejo de engravidar no momento que os testes são realizados.

Para redução dos hormônios masculinos: geralmente são prescritos anticoncepcionais orais e hormônios esteroides de ação antiandrogênica, que agem bloqueando ou inibindo os sintomas masculinos;

Para resistência à insulina: quando há resistência à insulina, é prescrito um agente sensibilizador, ou seja, uma medicação que aumenta a sensibilidade do corpo à ação da insulina;

Para os distúrbios de ovulação: o tratamento deve ser feito pela estimulação ovariana e é particularmente indicado para as mulheres que estão tentando engravidar. É um procedimento que utiliza medicamentos para estimular o desenvolvimento e amadurecimento de mais folículos e integra as três principais técnicas de reprodução assistida, indicadas de acordo com as características de cada paciente: relação sexual programada (RSP)inseminação artificial (IA) e FIV (fertilização in vitro).

Na RSP e IA a fecundação acontece como em processo natural, nas tubas uterinas. Por isso, são mais adequadas para mulheres com SOP até 35 anos, que ainda possuam uma boa reserva ovariana e tenham a tubas uterinas saudáveis.

Na fertilização in vitro, por outro lado, a fecundação ocorre em laboratório. É mais adequada para mulheres com SOP acima de 36 anos, quando já há diminuição da reserva ovariana, para mulheres com problema nas tubas ou fator masculino grave, independentemente da idade do casal.

Conheça 4 mitos relacionados à SOP

  1. Ciclo menstrual irregular é indicativo de SOP: irregularidades menstruais também podem ser causadas por outras condições, incluindo distúrbios da hipófise, responsável pela secreção dos hormônios FSH e LH, que regulam as funções dos ovários, ou na tireoide: os hormônios tireoidianos também interferem no processo reprodutivo.
  2. A SOP afeta apenas mulheres acima do peso: embora a obesidade seja um fator de risco para a SOP, ela pode afetar qualquer mulher na fase reprodutiva, independentemente do peso corporal.
  3. A perda de peso promove a cura da SOP: a perda de peso pode ajudar a equilibrar os níveis hormonais e, consequentemente, reduzir os sintomas e aumentar as chances de gravidez, no entanto, não promove a cura da doença.
  4. Hirsutismo é sinal de SOP: nem sempre o crescimento de pelos em locais pouco comuns é sinal de SOP. Outras condições também podem provocar o problema em mulheres com o ciclo menstrual regular e a fertilidade preservada. Entre elas os fatores hereditários e a menopausa.

Espero que as coisas tenham ficado mais claras para você! Clique aqui e entenda mais sobre a SOP.

Causas de Infertilidade Feminina: saiba mais

Se você sofre com infertilidade e pensa que o problema é raro, saiba que é bastante comum. A incidência alta no mundo todo o tornou, inclusive, considerado questão de saúde pública mundial pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Muitas mulheres se sentem sozinhas nesse momento e é normal ficar apreensiva neste momento. Mas vou mostrar as principais causas da infertilidade feminina e como superá-las. As técnicas de reprodução assistida hoje oferecem altos índices de sucesso.

A infertilidade de um casal, entretanto, pode ser provocada por fatores femininos ou masculinos em igual proporção, embora a dificuldade em conceber  erroneamente seja geralmente atribuída à mulher. Neste texto abordo as causas de infertilidade feminina, destacando, ao mesmo tempo, as possibilidades de tratamento. Para saber mais continue a leitura.

O que é infertilidade feminina?

A infertilidade é definida como a falha em engravidar após um ano de relações sexuais regulares, sem o uso de proteção. Para mulheres com mais de 35 anos, podemos considerar um período de 6 meses de tentativas.

Ainda que a tentativa malsucedida em engravidar seja o principal sinal de infertilidade, observar alguns sintomas característicos de boa parte das doenças que provocam o problema é uma forma de alerta.

Os mais comuns incluem irregularidades menstruais, como ciclos mais curtos ou longos do que o normal, com maior ou menor quantidade de fluxo menstrual, ou ausência de menstruação. Normalmente ocorrem, ainda, cólicas severas, antes ou durante os períodos menstruais.

As irregularidades menstruais, por outro lado, são quase sempre consequência de desequilíbrio hormonal e podem ser percebidas por alterações no peso (ganho repentino), na pele, como ressecamento e na imagem corporal: crescimento de pelos em locais anormais como face, seios ou costas, além da queda de cabelos.

Conheça as causas de infertilidade feminina

A infertilidade feminina pode ser provocada por doenças e outras condições. Veja as principais doenças:

  • Síndrome dos ovários policísticos (SOP): na SOP, múltiplos cistos estão presentes na parte externa dos ovários, alterando os níveis dos hormônios sexuais femininos, resultando em problemas de ovulação. Têm como característica dificuldades no amadurecimento do folículo e na liberação do óvulo (anovulação). As alterações hormonais comuns à SOP podem ainda interferir na imagem corporal;
  • Distúrbios da tireoide: a tireoide produz hormônios importantes para controlar o metabolismo das células. A diminuição ou interrupção desses hormônios (hipotireoidismo), também pode resultar em desequilíbrio hormonal e anovulação;
  • Falência ovariana precoce (FOP): conhecida ainda como insuficiência ovariana primária ou menopausa precoce é caracterizada pela falência da função dos ovários antes dos 40 anos;
  • Endometriose: na endometriose um tecido semelhante ao endométrio (que reveste a parte interna do útero) cresce fora da cavidade uterina. O tecido anormal tende a causar aderências e consequente obstruções nas tubas uterinas, uma das causas mais comuns de infertilidade feminina, da mesma forma que pode alterar a receptividade endometrial, levando a falhas na implantação e abortamento;
  • Miomas uterinosmiomas uterinos são tumores benignos, mas quando crescem na cavidade uterina ou na parede do útero podem provocar perdas gestacionais espontâneas e partos prematuros, assim como obstruções nas tubas uterinas, inibindo a fecundação;
  • Pólipos endometriais: mesmo que geralmente sejam formações benignas, os pólipos endometriais podem causar alterações na receptividade endometrial, provocando falhas na implantação e abortamento;
  • Processos inflamatórios: processos inflamatórios, incluindo a doença inflamatória pélvica (DIP), são uma das principais consequências de infecções sexualmente transmissíveis como clamídia e gonorreia, de inflamações nos ovários (ooforite), nas tubas uterinas (salpingite) e no colo uterino (cervicite). Nos ovários e tubas uterinas podem motivar a formação de aderências, dificultando a captação do óvulo pelas tubas uterinas. Já a inflamação do colo uterino, causa alterações no muco cervical, que facilita o transporte dos espermatozoides durante o período fértil;
  • Trombofilia: na trombofilia, há a formação anormal de coágulos em veias e artérias. Pode causar falhas na implantação do embrião e abortamentos recorrente, por isso tem sido apontada como um dos possíveis fatores de infertilidade feminina;
  • Doenças genéticas e anormalidades cromossômicas: doenças genéticas e anormalidades cromossômicas, da mesma forma que podem ser transmitidas para o feto, também causam falhas na implantação e abortamento;
  • Doenças autoimunes: algumas doenças autoimunes como o Lúpus e a tireoidite de Hashimoto têm sido sugeridas por estudos como potenciais causas de infertilidade feminina (infertilidade imunológica).

Outras condições

  • Idade: a mulher nasce como uma reserva ovariana, cerca de 2 milhões de folículos (bolsas que armazenam os óvulos). Na puberdade a quantidade reduz para mais ou menos 400 mil e a cada ciclo menstrual se torna menor. Ou seja, com o envelhecimento há um declínio natural da fertilidade;
  • Anormalidades uterinas: anormalidades uterinas podem ser congênitas (desde o nascimento) ou provocadas por endometriose, miomas e pólipos, dificultando ou impedindo o desenvolvimento e sustentação da gravidez;
  • Laqueadura: a cirurgia de esterilização feminina impede a captação do óvulo pelas tubas uterina e, consequentemente, a fecundação;
  • Estilo de vida: alcoolismo, tabagismo, uso excessivo de drogas, variações de peso, falta ou excesso de exercícios físicos e histórico de infecções sexualmente transmissíveis (IST) são considerados fatores de risco e aumentam as chances de infertilidade.

No entanto, a infertilidade feminina tem tratamento na maioria dos casos, principalmente quando diagnosticada precocemente. Por isso é importante ficar atenta aos sintomas.

Quais são as possibilidades de tratamento para infertilidade feminina?

O tratamento mais adequado para cada paciente é indicado de acordo com o que provocou o problema.

Se houver alterações nos níveis hormonais, resultando em irregularidades menstruais e, consequentemente, problemas de ovulação, são prescritos medicamentos hormonais. Para os processos inflamatórios, antibióticos, de acordo com cada tipo de bactéria.

A cirúrgica é importante para remoção de miomas uterinos, pólipos endometriais, endometriose e aderências.

Em boa parte dos casos a fertilidade é restaurada após o tratamento. Se isso não acontecer o nos casos em que os danos são mais sérios, é possível ainda engravidar pelas técnicas de reprodução assistida.

As três principais são a relação sexual programada (RSP)inseminação artificial (IA), de baixa complexidade, e a fertilização in vitro (FIV), de alta complexidade.

RSP e IA são mais adequadas para mulheres com até 35 e tubas uterinas saudáveis, uma vez que a fecundação ocorre naturalmente. São indicadas principalmente para problemas de ovulação, endometriose nos estágios iniciais e infertilidade sem causa aparente (ISCA).

Já a FIV, de maior complexidade, prevê a fecundação em laboratório. É mais adequada para mulheres acima de 35 anos, com obstruções nas tubas uterinas e endometriose em estágios mais avançados ou outros fatores de fertilidade mais graves.

O tratamento reúne um conjunto de técnicas complementares que possibilitam a solução de diferentes problemas, como a análise das células embrionárias para detectar doenças genéticas e anormalidades cromossômicas, evitando, assim, a transmissão e ao mesmo tempo diminuindo a incidência de falhas na implantação e abortamento.

Todas elas, entretanto, aumentam as chances de gravidez. Percentuais que variam de acordo com a causa e complexidade do procedimento: na RSP e IA são semelhantes aos da gestação natural, entre 20% e 25%, enquanto na FIV, em média 40%.

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Causas de Infertilidade: saiba mais

Sempre tive uma preocupação especial com pessoas que tinham dificuldades reprodutivas. A maternidade e a paternidade é um momento muito importante da vida e um desejo de muitos casais. Por isso, minha missão é ajudar casais a terem filhos.

Estima-se que o tempo médio de tentativas para ter filhos varie de 5 a 6 meses até ocorrer a gravidez, ainda que cerca de 10% dos casais demorem pouco mais de 1 ano para conceber. Ainda assim, a OMS define infertilidade como a incapacidade de um casal conseguir gravidez após um ano de relações sexuais sem contracepção.

As taxas de infertilidade conjugal atingem cerca de 10 a 15% dos casais em idade fértil no mundo, número que merece nossa atenção.

Além das doenças nos sistemas reprodutivos masculino e feminino, a infertilidade também tem origem em outras variáveis, como o adiamento da maternidade, o aumento da prevalência das infeções de transmissão sexual, o sedentarismo, a obesidade, o consumo de tabaco e álcool e a poluição.

Se você está encontrando dificuldades para engravidar, me acompanhe! Vou explicar como você pode reverter essa situação.

Causas da infertilidade masculina e feminina

As causas de infertilidade podem ter origem em alterações no sistema reprodutivo feminino, no masculino ou em ambos. Em alguns casos, a infertilidade pode ser identificada precocemente, como por exemplo em diagnósticos prévios de oligo/ amenorreia (pouca ou nenhuma menstruação) ou de azoospermia (ausência de espermatozoides no líquido ejaculado).

Quando os exames solicitados ao casal não apresentam nenhuma alteração compatível com infertilidade, chamamos ISCA (infertilidade sem causa aparente) e, nesses casos, o tratamento mais indicado são aqueles que usam técnicas de reprodução assistida, como a RSP (relação sexual programada) e a FIV (fertilização in vitro).

Infertilidade feminina

Qualquer alteração no ciclo reprodutivo feminino pode dificultar tanto a fecundação como a manutenção da gestação.

Nesse sentido, é necessário observar a regularidade da menstruação, a presença de dores e coágulos no sangue menstrual, bem como alterações que sugiram desequilíbrios hormonais.

Algumas doenças do sistema reprodutivo feminino também podem interferir na fecundidade da mulher, como a presença de miomas uterinosSOP (síndrome dos ovários policísticos)endometriose, disfunções ovulatórias e alterações anatômicas dos órgãos reprodutivos.

Hábitos de vida não saudáveis, como sedentarismo, alimentação inadequada, tabagismo e uso de álcool e outras drogas, bem como o uso contínuo de medicamentos para o tratamento de outras doenças, como a quimio e a radioterapia, podem interferir no ciclo reprodutivo da mulher, levando à infertilidade.

Infertilidade masculina

As alterações no sistema reprodutivo masculino que levam à infertilidade podem incluir hipodesenvolvimento dos testículos e aumento ou o surgimento de veias visíveis na bolsa testicular (varicocele).

O líquido ejaculado também pode fornecer informações sobre possíveis quadros de infertilidade quando está ausente no momento da ejaculação ou quando nele há pouca ou nenhum espermatozoide (oligo/azoospermia).

Assim como a infertilidade feminina, também a masculina pode ser resultado de tratamentos para câncer, de doenças preexistentes, como a caxumba, e hábitos de vida não saudáveis; e as alterações hormonais, nesses casos, principalmente a diminuição da testosterona, também podem levar à infertilidade.

Infertilidade transitória e infertilidade permanente

As condições da infertilidade em homens e mulheres podem ser divididas, para uma melhor compreensão de cada caso, em permanentes ou transitórias, e a escolha do tratamento mais adequado começa nessa identificação.

É importante lembrar que a infertilidade é uma consequência de outras alterações fisiológicas, como doenças adquiridas, malformações anatômicas, condições genéticas, hábitos de vida não saudáveis e a interação com alguns medicamentos.

Como infertilidade transitória, compreendemos todos os quadros cuja reversão depende de tratamentos para resolver os problemas que levaram à infertilidade. Alterações hormonais, consequências de ISTs ou de outras doenças e hábitos de vida não saudáveis. É uma condição temporária, não congênita e reversível.

Já os casos de infertilidade permanente incluem a retirada dos testículos, ovários e útero, em casos de carcinoma, hipodesenvolvimento gonadal congênito e as cirurgias de vasectomia (que interrompe o fluxo de espermatozoides para o líquido ejaculado) e a ligadura tubária (que interrompe o trajeto do óvulo até a área de fecundação, próxima ao útero).

Homens e mulheres que se submeteram à vasectomia e ligadura tubária, porém, podem ser colocados como intermediários, já que as cirurgias visam interromper permanentemente sua fertilidade, mas podem ser revertidas com cirurgia, ainda que as taxas de sucesso sejam altamente variáveis em cada caso.

Tratamentos de reprodução assistida

A avaliação de fertilidade é o primeiro passo para definição do tratamento. Quando as causas da infertilidade são conhecidas, é possível escolher formas de tratamento que atuem nas causas e revertam o quadro de infertilidade para que a concepção possa ser feita de forma natural.

Muitas das doenças que levam ao quadro de infertilidade em homens e mulheres podem ser tratadas com terapias hormonais, como a SOP (síndrome dos ovários policísticos), alguns tipos de miomas, endometriose, hiperandrogenia em mulheres e hipoandrogenia em homens.

Outras doenças necessitam de intervenções cirúrgicas, como miomectomia para retirada de miomas, cirurgias de reconstrução uterina em casos de malformação, a cirurgia para varicocele e também a reversão da vasectomia ou da ligadura tubária.

A reprodução assistida é recomendada especialmente para casos em que as causas de infertilidade permanecem obscuras, mesmo após a análise atenta dos exames, ou quando mesmo após o tratamento das causas, há uma persistência do quadro de infertilidade.

A idade da mulher e o tempo de infertilidade também são fatores importantes para a definição do tratamento.

A RSP, uma técnica de baixa complexidade muito útil em alguns casos, indica o melhor momento, dentro do ciclo reprodutivo feminino, para o casal ter relações sexuais com maiores chances de resultar em gestação.

Para casos mais severos, a FIV (fertilização in vitro) pode ser uma valiosa ferramenta para chegar à gestação, já que nela a fecundação é feita em laboratório após a coleta dos gametas do casal, e o embrião é colocado no útero materno já em desenvolvimento.

Antes da fecundação, a mulher passa por um estímulo ovulatório hormonal, que aumenta a produção de óvulos e, nos casos em que a infertilidade se dá por oligo ou azoospermia, os espermatozoides podem ser coletados diretamente dos testículos.

Além dos aspectos fisiológicos, também as consequências emocionais da infertilidade podem atingir o casal negativamente e conhecer melhor o assunto ajuda a amenizar a ansiedade que esse quadro gera. Por isso convido você à leitura mais aprofundada sobre infertilidade feminina.

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