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Mioma causa infertilidade?

Para muitas, receber a notícia de um mioma uterino gera preocupações imediatas com a fertilidade, afinal a ideia de apresentar algum tipo de alteração no útero pode parecer assustadora. Porém, o mioma nem sempre causará dificuldade para engravidar (a depender do tipo) e, às vezes, não provocará quaisquer outros sintomas, de forma que alguns casos somente serão descobertos ocasionalmente, após exames de rotina com o ginecologista.

Formados a partir de células do miométrio, camada muscular do útero, os miomas uterinos são tumores benignos comumente encontrados em mulheres na idade reprodutiva que se desenvolvem ou involuem de acordo com o nível de estrogênio no corpo. De acordo com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), os miomas acometem cerca de 50-80% das mulheres entre 30 e 50 anos.

O que causa miomas uterinos?

Embora as causas diretas sejam ainda desconhecidas, diferentes fatores de risco contribuem para estimular a o crescimento de miomas, entre eles:

  • Idade (embora registrem alta prevalência em mulheres na fase reprodutiva, durante a pré-menopausa a taxa maior);
  • Obesidade;
  • Hábitos alimentares (consumo excessivo de álcool, cafeína ou mesmo de alimentos como a carne vermelha);
  • Herança genética (mulheres que têm parentes de primeiro grau com a doença);
  • Raça (é três vezes mais prevalentes em mulheres negras, quando comparadas com mulheres brancas);
    hormônios femininos, como o estrogênio e a progesterona

Os miomas são classificados de acordo com sua localização no útero:

  • Intramurais (mais comuns): localizam-se no miométrio, camada muscular do útero;
  • Subserosos: afetam a camada externa do útero; são os maiores tipos e podem atingir grandes dimensões, pois crescem predominantemente na cavidade abdominal, em que há mais espaço, pressionando outros órgãos da região pélvica;
  • Submucosos (menos comuns): formam-se próximo ao endométrio e abaúlam a cavidade uterina.

Os sintomas também se manifestam de acordo com a localização:

  • Miomas submucosos: causam sangramento entre os períodos menstruais, geralmente acompanhado de cólicas severas e aumento do fluxo menstrual. Eles são os principais responsáveis por infertilidade, perdas gestacionais espontâneas e partos prematuros;
  • Miomas intramurais: em alguns casos, também podem causar maior fluxo menstrual, aumentando as chances de infertilidade e abortamento;
  • Miomas subserosos: embora geralmente sejam assintomáticos, nos casos em que provocam sintomas, os mais comuns são inchaço e compressão da bexiga, provocando maior frequência urinária, ou do intestino, resultando em constipação.

Vale ressaltar que nem sempre o sintoma tem relação perfeita com a localização. Existem miomas submucosos que não causam sintomas e também subserosos que causam cólica e sangramento.

Exames para diagnosticar miomas uterinos

Conforme dito anteriormente, é comum que a mulher descubra a presença de miomas durante exames de rotina a partir de irregularidades, como o aumento do volume uterino. Diante da suspeita, são solicitados exames complementares para verificar a extensão e as características da doença.

Testes laboratoriais, como a análise dos níveis hormonais, podem ser indicados se houver sangramento menstrual anormal para afastar outras causas do sangramento. Já os exames de imagem possibilitam definir a localização e o tamanho dos miomas, como ultrassonografia transvaginal ou abdominal, a ressonância magnética (RM) e a histerossonografia. Ainda, a histerossalpingografia e a vídeo-histeroscopia ambulatorial possibilitam uma análise mais detalhada das cavidades uterina e podem facilitar a detecção de diferentes tipos de miomas.

Quais são os tratamentos indicados para miomas uterinos?

A melhor abordagem terapêutica é definida com base nos resultados diagnósticos, sendo assim, os miomas podem ser tratados com medicamentos hormonais, cirurgia ou por técnicas de reprodução assistida. Porém, caso a paciente seja assintomática, na maioria das vezes não é necessário tratamento, embora seja importante fazer o acompanhamento do desenvolvimento da doença com consultas médicas periódicas.

A terapia hormonal considera o fato de o desenvolvimento de miomas ser estimulado pela ação do estrogênio e, em alguns casos, progesterona, além de diminuírem pela ação de androgênios.

O tratamento cirúrgico, por sua vez, proporciona uma solução direta. A miomectomia, técnica utilizada para extração dos miomas, pode ser feita por vídeo-histeroscopia nos casos de miomas submucosos. É um procedimento minimamente invasivo realizado com o auxílio de um histeroscópio com uma câmera acoplada a ele, que possibilita a transmissão em tempo real de imagens, causando menores danos do que a cirurgia clássica. Já em casos de miomas intramurais grandes, a miomectomia pode ser realizada por laparotomia (cirurgia aberta), laparoscopia ou cirurgia robótica.

Outra opção terapêutica para pacientes que não querem ou não podem sofrer cirurgia é a embolização da artéria uterina. Porém, para mulheres que desejam a gestação, a embolização pode trazer alguns riscos.

Ainda, se não houver a intenção de engravidar e a doença estiver provocando sintomas refratários ao tratamento clínico pode ser indicada a retirada total ou parcial do útero, procedimento conhecido como histerectomia.

Atualmente, no entanto, este tratamento mais radical é menos frequente, pois os tratamentos medicamentosos e as técnicas minimamente invasivas apresentam excelentes resultados.

Quem tem mioma pode engravidar ?

Os miomas submucosos e intramurais podem causar a redução da fertilidade, uma vez que provocam deformidades no contorno endometrial e interferem na implantação do embrião, e na cavidade uterina ou tubas uterinas, comprometendo o transporte dos espermatozoides. Sangramento ou coágulos intrauterinos estão ainda entre os fatores que dificultam a implantação, assim como anormalidades na vascularização uterina. Os miomas tendem ainda a provocar inflamações crônicas na cavidade uterina, que geralmente resultam na formação de aderências, aumentando o risco de infertilidade.

Se o casal estiver com dificuldade para engravidar, mas sem acometimento da cavidade uterina, a fertilização in vitro pode entrar como solução para a gravidez. Já se houver dano à cavidade, os miomas devem ser tratados antes de iniciar um tratamento e até tentar uma gestação espontânea após este procedimento.

As técnicas de reprodução assistida aumentam significativamente as chances de gestação, porque realizam todo o processo de fecundação e desenvolvimento embrionário em laboratório. Esse controle proporciona muitas vantagens e excelentes taxas de sucesso de gravidez.

Em São Paulo, assim como em várias outras cidades, há excelentes profissionais capacitados para diagnóstico e tratamento de miomas, bem como para a condução de um tratamento de Reprodução Assistida nesses casos, se necessário.

Varicocele e infertilidade

A varicocele está entre as principais causas de infertilidade masculina, uma vez que tende a provocar uma redução na produção e na qualidade dos espermatozoides. Apesar de ter tratamento na maioria dos casos e não causar distúrbio na função sexual, é uma doença que se desenvolve lentamente e nem sempre manifesta sintomas.

Portanto, se você se identifica com as informações que serão abordadas nesse texto, é imprescindível consultar um urologista.

A varicocele se caracteriza por uma dilatação das veias do cordão espermático, estrutura que sustenta os testículos (um processo semelhante à formação das varizes nas pernas), provocando acúmulo de sangue e consequentemente dor, sensação de peso e inchaço no local.

Aproximadamente 10-20% dos homens podem apresentar varicocele em maior ou menor grau. Em pacientes com infertilidade pode representar 40-50% dos casos, sendo então diagnosticada na fase adulta jovem.

Quanto à causa, não existem hábitos que possam contribuir para o aparecimento da varicocele. A teoria mais aceita sugere que são causadas a partir de danos nas válvulas localizadas no cordão espermático, que regulam o fluxo de sangue para os testículos.

A má circulação causada pela varicocele resulta em elevação da temperatura testicular, o que compromete a produção de espermatozoides, ou os danifica.

Principais sintomas da varicocele:

  • Dor nos testículos que aumenta em intensidade quando há esforço físico ou durante longos períodos em pé;
  • Dor que varia entre um desconforto leve, aguda e incômoda;
  • Dor que melhora ao deitar de barriga para cima;
  • Inchaço ou presença de caroço nos testículos;
  • Sensação de peso nos testículos;
  • Infertilidade;

Também existem casos em que a varicocele não qualquer sintoma, podendo por isso ser diagnosticada apenas em consultas de rotina no urologista ou diante da tentativa malsucedida de engravidar a parceira.

Diagnóstico

O diagnóstico é feito de forma simples, apenas com o exame físico bem-feito, em que é possível detectar alterações importantes nos testículos, como assimetria, atrofia ou aumento no volume, que orientam o tratamento cirúrgico.

Em São Paulo existem diversos especialistas capacitados para esta realização. Quando houver dúvidas em relação ao diagnóstico ou na impossibilidade da identificação apropriada das veias, o exame de ultrassom de bolsa testicular com doppler colorido deve ser solicitado para descartar outras causas que provocam o surgimento de varizes, entre elas tumores que podem comprimir a veia espermática.

É realizada também a manobra de Valsalva, para aumentar a pressão abdominal, que possibilita a classificação da varicocele. O procedimento torna as varizes evidentes a partir da expiração forçada do ar com lábios e nariz tampados.

Feito isso, a varicocele é então classificada em três diferentes graus:

  • Grau I, quando ainda são pequenas e palpadas apenas a partir da manobra de Valsalva;
  • Grau II, quando cresceram moderadamente e são palpadas independentemente do procedimento;
  • Grau III, nos casos em que são palpadas e visualizadas facilmente.

Os graus II e III são os que podem comprometer a fertilidade.

Para verificar alterações na fertilidade e também auxiliar na indicação terapêutica, é solicitado o espermograma, que possibilita a análise de critérios específicos do sêmen e dos gametas, como cor, pH e viscosidade; concentração, morfologia e motilidade, respectivamente. Esse exame deve novamente ser realizado para confirmar o sucesso do tratamento.

Tratamentos para varicocele

O tratamento da varicocele é apenas necessário nos casos em que há sintomas incômodos e/ou as varizes afetam a produção de espermatozoides ou a qualidade. A correção do problema é feita por cirurgia.

As taxas de gravidez bem-sucedida após a cirurgia são bastante expressivas (a depender das características do casal, idade da mulher, tempo de infertilidade, presença de outros fatores de infertilidade). Quando isso não acontece, a indicação passa a ser o tratamento por fertilização in vitro (FIV) com injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI), que permite a recuperação e seleção de espermatozoides que serão utilizados para a fecundação.

Os gametas coletados são analisados ao microscópio e injetados nos óvulos previamente também coletados. Dessa forma, mais óvulos são fecundados, garantindo um número maior de embriões formados. Além disso, a FIV é a técnica de reprodução assistida que registra os maiores percentuais de sucesso de gravidez por ciclo de realização.

A varicocele está diretamente relacionada à infertilidade, de modo que é importante consultar o urologista para iniciar o tratamento adequado o quanto antes. Em alguns casos podemos pensar na cirurgia, em outros vamos partir direto para os tratamentos de reprodução assistida. Por isso, a avaliação de um especialista em Reprodução Humana se torna também fundamental.

Fiz Laqueadura e quero engravidar

A laqueadura tubária ou ligadura de trompas é um método contraceptivo que tem sido realizado cada vez com mais frequência entre mulheres em idade fértil – nos Estados Unidos, por exemplo, estima-se que um milhão de laqueaduras sejam feitas todos os anos.

Geralmente procurada por pacientes que já possuem filhos e com certeza de que não querem mais um no futuro, é um procedimento cirúrgico consiste em cortar, amarrar ou colocar um anel nas tubas uterinas (trompas de Falópio).

As trompas são estruturas que ligam os ovários ao útero, de forma que essa ligadura interrompe a comunicação entre o ovário e o útero e impede a fecundação e o início de uma gravidez – a taxa de sucesso gira em torno de 99%. No entanto, a ovulação continuará acontecendo: a mulher continua menstruando normalmente depois do procedimento.

Mesmo com muitas mulheres buscando a laqueadura como método de esterilização, cada vez mais aumenta o número de laqueadas com desejo de reverter o procedimento para recuperar a fertilidade, na maioria das vezes em razão de um novo relacionamento.

Normalmente a laqueadura não é reversível, no entanto, dependendo do tipo de procedimento, pode haver uma pequena chance de poder engravidar novamente. Assim, é extremamente importante para o ginecologista entender cada caso antes de escolher o tipo de laqueadura, bem como oferecer outras opções contraceptivas de acordo com a realidade de cada paciente.

A taxa de reversão espontânea da laqueadura é de 0,5% a 1% –no Brasil, estima-se que de uma a cada duzentas mulheres laqueadas acabem engravidando. É possível, sim, realizar uma cirurgia de reversão da laqueadura em mulheres que se arrependeram do procedimento; porém, as chances de restabelecimento total da fertilidade são menores do que nos casos de reversão da vasectomia, que é feita no homem.

No caso da reversão, as tubas uterinas são religadas por laparoscopia ou com o auxílio de um microscópio, através de uma sutura. É um cirurgia complexa e que implicará em um período de internação hospitalar.

Grande parte das mulheres consegue engravidar em um período de 6 a 12 meses após a cirurgia, mas as chances de sucesso dependem do tempo e da técnica utilizada para a ligadura, da condição das tubas no momento da cirurgia, da idade da paciente e de outros fatores de infertilidade.

Se, no entanto, a mulher não puder ser submetida à reversão da laqueadura ou não tiver sucesso no procedimento, a gravidez poderá acontecer através da Fertilização In Vitro (FIV), já que, nessa técnica, o óvulo é fecundado pelo espermatozoide fora do corpo da mulher – ao contrário do que acontece na inseminação artificial, em que a fecundação ocorre diretamente na tuba.

A FIV torna-se uma opção atrativa, uma vez que o procedimento é bem menos invasivo e as chances de conseguir engravidar por ela são maiores do que com a reversão da laqueadura. No entanto, somente o especialista em reprodução assistida, por meio de uma anamnese detalhada, poderá avaliar a decisão entre a reversão da laqueadura ou a FIV. Serão levados em consideração fatores como a idade da mulher, o local da tuba onde foi realizada a incisão da laqueadura e quaisquer outros aspectos que possam dificultar a gravidez.

O Especialista em Reprodução Humana

A chance de um casal engravidar de forma natural, mantendo relações sexuais no período fértil da mulher, varia de 15 a 20% ao mês. Porém, para alguns casais, o caminho para engravidar pode ser um pouco mais longo e com alguns obstáculos – de 10 a 15% dos casais em período reprodutivo têm dificuldades para conseguir a gestação.

A infertilidade é diagnosticada quando há incapacidade de engravidar após um ano de atividade sexual regular sem o uso de qualquer método contraceptivo.

A medicina oferece tratamentos que ajudam essas pessoas a conquistar o sonho da maternidade. Mas, para que o especialista em reprodução humana possa ajudar, é preciso que o casal fique atento a alguns sinais e aceite que é necessário buscar auxílio.

A decisão de procurar um especialista em reprodução humana deve ser tomada o quanto antes, uma vez que o tempo de tentativas é um dos fatores mais importantes na escolha do tratamento. Podemos detectar e corrigir mais precocemente problemas reprodutivos masculinos e femininos e aumentar a chance de sucesso, seja naturalmente ou em tratamentos específicos.

Alguns outros fatores que podem indicar risco para a infertilidade:

  • Idade da mulher;
  • Estilo de vida (tabagismo, obesidade, diabetes, entre outros);
  • Ciclos menstruais irregulares ou distúrbios da ovulação (síndrome dos ovários policísticos, alterações da tireoide, entre outras);
  • Casais que já tiveram mais de duas perdas gestacionais;
  • Presença e/ou histórico de endometriose;
  • Uso de medicamentos ou cirurgia que possam reduzir a reserva ovariana;
  • Mulheres que realizaram cirurgia para retirada dos ovários ou que receberam radioterapia ou quimioterapia;
  • Mulheres com doenças reumatológicas;
  • Espermograma alterado ou doenças que podem afetar os espermatozoides, como por exemplo a varicocele

Vale ressaltar que os tratamentos de reprodução humana são indicados tanto para casais com dificuldades conseguir a gestação, mas também para mulheres ou homens sem parceiro sexual, casais homoafetivos, bem como para mulheres que desejam congelar os óvulos para postergar a maternidade.

Diante dessas realidades, é fundamental procurar um especialista em reprodução humana. Muitos deles na cidade de São Paulo, mas hoje é possível encontrar em todo o país, para assim fazer um diagnóstico preciso e, a partir de uma avaliação individualizada e detalhada, juntamente com análise de exames, definir o melhor método de tratamento.

Endometriose como diagnosticar?

Você conhece a doença ginecológica chamada endometriose e os exames utilizados para detectá-la?

Essa é uma alteração que merece muita atenção dos ginecologistas e das pacientes, mas antes de falar da doença precisamos entender o que é o endométrio.

O útero é revestido por um tipo de tecido que, por ação hormonal, tem sua espessura aumentada – o endométrio. Esse tecido é onde o óvulo se instala para que possa ser fecundado pelo espermatozoide e, então, permitir o início de uma gestação. De forma geral, as mulheres têm o endométrio expelido do corpo ao final do ciclo menstrual se não houver fecundação.

Chamamos de endometriose a doença quando acontece o desenvolvimento deste tecido fora do útero. Uma das teorias que explicaria esse fenômeno é que as células do endométrio em vez de serem expelidas, migram para fora do útero através das tubas e caem nos ovários ou na cavidade abdominal, onde voltam a multiplicar-se e a sangrar.

Isto gera um processo inflamatório que, muito além da dor intensa, pode ter repercussões leves até severas, interferindo drasticamente na qualidade de vida. Além disso, cerca de 30 a 50% das mulheres diagnosticadas com endometriose podem apresentar alguma dificuldade para engravidar, uma vez que a inflamação acaba gerando mudanças anatômicas que impedem o pleno funcionamento das tubas e pode afetar a qualidade do óvulo e do espermatozoide.

A endometriose tem três apresentações: peritoneal ou superficial, ovariana e profunda. Peritoneal é definida quando as lesões têm menos de 5 mm de espessura, ovariana é quando se localiza no ovário e profunda quando as lesões têm mais de 5 mm.

O diagnóstico clínico inicia-se a partir de uma anamnese bem detalhada. Diante da suspeita, o exame ginecológico (toque vaginal) é o primeiro passo na investigação, pois permite ao médico perceber o útero fixo, o aumento dos ovários, nódulos dolorosos, entre outras alterações. Os próximos passos serão exames laboratoriais e de imagem, como por exemplo:

  • Ultrassonografia pélvica e transvaginal com preparo intestinal. Esse exame é muito útil também no diagnóstico da endometriose ovariana, mas também consegue identificar a endometriose na bexiga, vagina e na parede do reto.
  • Ressonância magnética da pelve, também com preparo intestinal, solicitada quando há suspeita de massas ovarianas que precisam ser melhor avaliadas e na investigação da endometriose profunda, que afeta também o intestino.

Os exames de imagem são eficazes para detectar endometriose ovariana e profunda. No entanto, no caso da endometriose superficial, estes podem acabar não diagnosticando a doença, mesmo que a paciente apresente todos os sintomas, inclusive infertilidade, de modo que um exame negativo não significa que a doença esteja excluída. Vale ressaltar, portanto, a importância de um radiologista experiente para avaliar e laudar os exames. Muitos destes profissionais se localizam na cidade de São Paulo, mas felizmente profissionais de outros estados tem se capacitado para realizar o exame.

Para o diagnóstico preciso, a laparoscopia será a melhor opção. Realizada em um hospital e com anestesia geral, consiste na introdução de uma câmera dentro da cavidade abdominal através de uma pequena incisão feita, na maioria das vezes, um pouco acima ou abaixo do umbigo. Em alguns casos, pode ser solicitada biópsia de tecido coletado para se ter certeza do diagnóstico, no entanto, raramente é necessário.

Apesar da endometriose não ter cura, mulheres mais jovens podem utilizar medicamentos como a pílula anticoncepcional, se não houver desejo reprodutivo. Em outras situações pode ser indicada cirurgia para retirada das lesões e, nos casos de infertilidade, podemos indicar a fertilização in vitro. Ainda, a menopausa e consequente queda na produção de hormônios femininos provoca a regressão da doença.

Muitas vezes, uma abordagem multidisciplinar será necessária para o sucesso do tratamento, envolvendo, por exemplo, proctologista, urologista, nutricionista, psicólogo, entre outras especialidades, de forma que o trabalho em equipe faz diferença e traz segurança para a mulher.

Portanto, se você foi diagnosticada com endometriose, tenha em mente que com os avanços da medicina e um bom suporte especializado, é possível controlar o problema e ter uma vida mais feliz e tranquila.

Tratamentos De Reprodução Assistida e separação

Apesar de repetidas alegações de que as decepções com a infertilidade e o estresse dos tratamentos de reprodução assistida podem provocar um desgaste insuportável nos relacionamentos, um grande estudo envolvendo mais de 40.000 mulheres descobriu que o tratamento de infertilidade não aumenta o risco de divórcio.

Os resultados são tranquilizadores para casais que fizeram ou têm indicação de fazer um tratamento empregando as tecnologias de reprodução assistida (TRA), como a fertilização in vitro. As descobertas podem ser particularmente úteis para apoiar o compromisso dos pacientes com o tratamento.

Conheça os detalhes da pesquisa

O estudo foi baseado em dados do registro nacional de todas as mulheres em tratamento de reprodução assistida na Dinamarca, entre 1994 e 2009, um total de 42.845 pacientes.

Durante os 16 anos de acompanhamento, a maioria dos casais teve filhos com seus parceiros de linha de base (56% não TRA x 65% TRA) e cerca de um quinto acabou se separando ou se divorciando (20% TRA x 22% não TRA).

Embora os achados iniciais tenham revelado um risco menor de rompimento entre os casais TRA, quando os filhos subsequentes foram adicionados ao modelo e após o ajuste para a idade, educação e status de parceria dos dois parceiros, não houve diferença no risco de rompimento do casamento / parceria.

Desgaste com os tratamentos de reprodução assistida

Essa interação significativa entre o status da TRA e crianças comuns sugere que o risco de rompimento é principalmente influenciado pela falta de filhos.

Segundo os pesquisadores, os resultados deste estudo não são incompatíveis com o que se sabe até agora sobre o estresse e a ansiedade causados pela infertilidade e seu tratamento. Eles descobriram que os indivíduos que se divorciam, se separam e voltam ao tratamento são os que cinco anos antes apresentavam mais estresse.

“Já sabemos também que, apesar de toda a tensão que a infertilidade pode trazer, passar pelo tratamento de reprodução assistida pode realmente trazer benefícios ao relacionamento de um casal, porque os obriga a melhorar as estratégias de comunicação e de enfrentamento dos problemas conjugais”, observa Alexandre Lobel, especialista em Reprodução Assistida, diretor da Clínica Venvitre.

A infertilidade tem a distinção de ter ambos os parceiros como pacientes, mesmo que o parceiro masculino frequentemente adote o papel de cuidador solidário. “Acreditamos que fornecer aos casais expectativas adequadas sobre as taxas de sucesso e informá-los sobre o ônus que a reprodução assistida pode trazer para o casamento facilita muito o tratamento para a maioria”, diz o médico.

Miomas Uterinos podem causar infertilidade?

Existem muitas doenças que podem afetar a fertilidade feminina. No entanto, percebo nas consultas que as mulheres têm muitas dúvidas sobre quais doenças e como elas afetam a fertilidade. Por isso, resolvi escrever sobre a relação dos miomas com a infertilidade feminina.

Milhares de mulheres sofrem com infertilidade no mundo todo. As alterações na fertilidade feminina podem ser causadas por diferentes doenças, entre as mais graves está a endometriose, que pode afetar a capacidade reprodutiva em todos os estágios, do inicial aos mais avançados.

Miomas uterinos, por outro lado, embora sejam bastante comuns, apenas provocam alterações durante a fase reprodutiva de acordo com o local de crescimento, assim, estão entre as de menor gravidade de modo geral, embora haja manifestações graves da doença.

Vou explicar, neste post, o que são miomas uterinos e como eles afetam a fertilidade, ao mesmo tempo destaco os tipos, fatores de risco, causas e prevalência. Continue a leitura e saiba mais!

Entenda o que são miomas uterinos

Miomas uterinos são tumores benignos (não cancerosos) formados a partir de uma única célula do miométrio, que se multiplica e cresce, originando-os.

Podem ter diferentes tamanhos, variam de poucos milímetros a massas mais volumosas, que tendem a causar alterações no formato do útero ou aumentar o volume uterino. Uma mulher pode desenvolver um ou vários miomas. No entanto, por serem assintomáticos na grande parte dos casos geralmente são descobertos durante o exame de rotina e tendem a retroceder naturalmente após a menopausa.

Estima-se que aproximadamente de 50% a 80% das mulheres em idade fértil tenham miomas. Ainda que a etiologia dos miomas permaneça desconhecida, estudos sugerem que o crescimento pode ser estimulado por vários fatores, incluindo diferença racial – a incidência em mulheres negras é maior quando comparadas com as brancas –, assim como em mulheres com casos na família, quando por exemplo mães ou irmãs são portadoras.

O risco também é mais alto para as que menstruaram precocemente e para as mulheres obesas, que respondem por 20% dos casos. O estilo de vida também contribui, por exemplo, o consumo de álcool em excesso, de cafeína e de alguns tipos de alimentos, incluindo carne vermelha.

O desenvolvimento de miomas é estimulado pela ação do estrogênio, dessa forma, estão entre as patologias uterinas consideradas estrogênio-dependente: tendem a reduzir após a menopausa, quando os níveis do hormônio são mais baixos.

Os problemas de fertilidade, assim como a classificação dos miomas, estão relacionados ao local de crescimento.

Tipos de miomas uterinos

Os miomas são classificados em três tipos, de acordo com a localização, critério que interfere, ao mesmo tempo, nos sintomas manifestados por eles. Os que estão localizados dentro da cavidade uterina são chamados submucosos, na parede uterina, intramurais e na superfície do útero, subserosos.

Miomas submucosos são o tipo menos comum, porém, podem provocar sintomas que comprometem a qualidade de vida das mulheres portadoras, incluindo sangramento abundante (menorragia) e cólicas de maior severidade durante e entre os períodos menstruais, além de dor durante as relações sexuais (dispareunia). A perda excessiva de sangue tende a resultar em anemia e fadiga.

Os intramurais, em tamanhos maiores manifestam sintomas semelhantes, no entanto o sangramento menstrual além de abundante, muitas vezes é prolongado.

Enquanto os subserosos, por outro lado, por possuírem mais espaço para o crescimento, podem atingir grandes dimensões e causar a compressão de órgãos como bexiga e intestino, provocando sintomas como a vontade urgente e frequente de urinar ou constipação.

Os miomas podem causar infertilidade?

Nem todo tipo de miomas causa infertilidade. O local de crescimento também interfere na fertilidade. Os miomas submucosos, embora sejam o tipo menos comum, são os que mais afetam a capacidade de engravidar.

Por crescerem no interior da cavidade uterina alteram a receptividade endometrial, resultando em falhas na implantação do embrião ou em abortamento. Os que estão próximos à implantação das tubas podem provocar obstrução tubária, dificultando ou impedindo a fecundação.

Ao mesmo tempo, podem causar complicações na gravidez, incluindo descolamento da placenta, parto prematuro e hemorragia pós-parto.

Já os miomas intramurais maiores podem causar distorções na anatomia uterina, levando a problemas no desenvolvimento e sustentação da gravidez.

Qual o tratamento mais indicado para miomas uterinos?

Miomas assintomáticos, que não interferem com a fertilidade ou gravidez, devem apenas ser periodicamente observados. Se houver necessidade de tratamento, pode ser realizado pela administração de medicamentos, por métodos não-cirúrgicos, cirurgia ou técnicas de reprodução assistida, de acordo com cada caso.

A terapia hormonal é indicada para diminuir os sintomas. É importante que mulheres que estejam tentando engravidar não utilizem tratamentos hormonais, pois esses impedem a gravidez. Um recurso importante, se houver indicação, é a cirurgia.

Os métodos não cirúrgicos incluem a ultrassonografia focada guiada por MRI, indicada se houver sangramento e cólicas. Nesse tratamento, as ondas de ultrassom provocam uma necrose coagulante nos miomas. Outra alternativa é a embolização da artéria uterina, que prevê a injeção de substâncias para obstruírem o fluxo sanguíneo.

O corte no suprimento resulta, consequentemente, na redução deles. Entretanto, ambas as técnicas não são validadas para mulheres com desejo reprodutivo.

O tratamento cirúrgico é recomendado apenas quando os miomas provocam anormalidades uterinas ou sintomas mais severos. Se causarem infertilidade, a fertilização in vitro (FIV) é uma das técnicas de reprodução assistida mais indicada.

Como a fecundação de óvulos e espermatozoides ocorre em laboratório e os embriões formados são posteriormente transferidos para o útero, é possível contornar problemas como obstruções nas tubas uterinas, uma vez que não possuem nenhum tipo de função nesse processo.

Enquanto as alterações na receptividade endometrial podem ser diagnosticadas pelo teste ERA, uma das técnicas complementares ao tratamento, que determina o momento mais receptivo para transferência do embrião pela análise das células do endométrio.

Na FIV as chances de gravidez são, em média, 40% a cada ciclo de realização do tratamento, a depender da idade da mulher.

Quer saber mais sobre miomas uterinos? Então leia o nosso texto institucional sobre o assunto.

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