Fiz Laqueadura e quero engravidar
A laqueadura tubária ou ligadura de trompas é um método contraceptivo que tem sido realizado cada vez com mais frequência entre mulheres em idade fértil – nos Estados Unidos, por exemplo, estima-se que um milhão de laqueaduras sejam feitas todos os anos.
Geralmente procurada por pacientes que já possuem filhos e com certeza de que não querem mais um no futuro, é um procedimento cirúrgico consiste em cortar, amarrar ou colocar um anel nas tubas uterinas (trompas de Falópio).
As trompas são estruturas que ligam os ovários ao útero, de forma que essa ligadura interrompe a comunicação entre o ovário e o útero e impede a fecundação e o início de uma gravidez – a taxa de sucesso gira em torno de 99%. No entanto, a ovulação continuará acontecendo: a mulher continua menstruando normalmente depois do procedimento.
Mesmo com muitas mulheres buscando a laqueadura como método de esterilização, cada vez mais aumenta o número de laqueadas com desejo de reverter o procedimento para recuperar a fertilidade, na maioria das vezes em razão de um novo relacionamento.
Normalmente a laqueadura não é reversível, no entanto, dependendo do tipo de procedimento, pode haver uma pequena chance de poder engravidar novamente. Assim, é extremamente importante para o ginecologista entender cada caso antes de escolher o tipo de laqueadura, bem como oferecer outras opções contraceptivas de acordo com a realidade de cada paciente.
A taxa de reversão espontânea da laqueadura é de 0,5% a 1% –no Brasil, estima-se que de uma a cada duzentas mulheres laqueadas acabem engravidando. É possível, sim, realizar uma cirurgia de reversão da laqueadura em mulheres que se arrependeram do procedimento; porém, as chances de restabelecimento total da fertilidade são menores do que nos casos de reversão da vasectomia, que é feita no homem.
No caso da reversão, as tubas uterinas são religadas por laparoscopia ou com o auxílio de um microscópio, através de uma sutura. É um cirurgia complexa e que implicará em um período de internação hospitalar.
Grande parte das mulheres consegue engravidar em um período de 6 a 12 meses após a cirurgia, mas as chances de sucesso dependem do tempo e da técnica utilizada para a ligadura, da condição das tubas no momento da cirurgia, da idade da paciente e de outros fatores de infertilidade.
Se, no entanto, a mulher não puder ser submetida à reversão da laqueadura ou não tiver sucesso no procedimento, a gravidez poderá acontecer através da Fertilização In Vitro (FIV), já que, nessa técnica, o óvulo é fecundado pelo espermatozoide fora do corpo da mulher – ao contrário do que acontece na inseminação artificial, em que a fecundação ocorre diretamente na tuba.
A FIV torna-se uma opção atrativa, uma vez que o procedimento é bem menos invasivo e as chances de conseguir engravidar por ela são maiores do que com a reversão da laqueadura. No entanto, somente o especialista em reprodução assistida, por meio de uma anamnese detalhada, poderá avaliar a decisão entre a reversão da laqueadura ou a FIV. Serão levados em consideração fatores como a idade da mulher, o local da tuba onde foi realizada a incisão da laqueadura e quaisquer outros aspectos que possam dificultar a gravidez.