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Teste genético pré-implantacional (PGT)

Teste genético pré-implantacional (PGT)

Considerada a única forma de evitar a transmissão de doenças genéticas e anormalidades cromossômicas para as futuras gerações, o teste genético pré-implantacional (PGT) é uma das técnicas complementares à FIV (fertilização in vitro).

O PGT é uma técnica que utiliza a tecnologia NGS (next generation sequencing) para analisar simultaneamente o sequenciamento de milhares de pequenos fragmentos de DNA, possibilitando a detecção de diferentes distúrbios e a transferência para o útero apenas de embriões saudáveis.

Constantemente a medicina genética tem evoluído e proporcionado possibilidades de análises e tratamentos genéticos para evitar uma série de problemas. O sequenciamento de nova geração é a técnica mais atual e revolucionária para avaliar cadeias de DNA e pode ser aplicado em diversas áreas.

Na reprodução assistida, a técnica pode ser utilizada por qualquer pessoa com suspeita ou histórico familiar, mesmo que não tenha problemas de fertilidade. No entanto, para realizar a técnica, o casal precisa passar pelo procedimento de FIV.

Este artigo explica o funcionamento do teste genético pré-implantacional nos tratamentos de FIV, assim como destaca os principais distúrbios identificados por ele.

Como o teste genético pré-implantacional é realizado?

O teste genético pré-implantacional tem diferentes categorias na reprodução assistida: PGT-M, PGT-A e PGT-SR.

O PGT-M analisa os genes de doenças genéticas, e o PGT-A e o PGT-SR, as anormalidades cromossômicas. Para que o teste seja realizado, os pacientes devem ser submetidos a todas as etapas da FIV: estimulação ovariana, aspiração folicular e coleta do sêmen com preparo seminal, fecundação, cultivo embrionário e finalmente a transferência dos embriões para o útero.

A estimulação ovariana é realizada com medicamentos hormonais semelhantes aos produzidos naturalmente pelo organismo, com o propósito de estimular o desenvolvimento de mais folículos. Em um ciclo natural, mesmo que vários folículos cresçam, apenas um se desenvolve e ovula.

O desenvolvimento dos folículos é acompanhado periodicamente por exames de ultrassonografia. Eles indicam o momento mais adequado para ser realizada a indução da maturação final e da ovulação, também com a utilização de medicamentos hormonais.

Em cerca de 36 a 40 horas a ovulação ocorre. Os folículos maduros são coletados por punção folicular algumas horas antes da ovulação. Em laboratório, são coletados e selecionados os óvulos para fecundação.

Ao mesmo tempo é feita a coleta do sêmen, por masturbação em recipientes especialmente produzidos para evitar contaminação, e os espermatozoides como melhor motilidade e morfologia são selecionados por técnicas de preparo seminal.

Nos casos em que eles não estão presentes no sêmen, condição conhecida como azoospermia, podem ser retirados diretamente dos epidídimos ou testículos, dependendo do tipo de azoospermia.

Após a seleção, os melhores gametas são fecundados em laboratórios por FIV clássica ou por FIV com ICSI. Na FIV clássica, são colocados juntos em uma placa de cultura para que a fecundação ocorra naturalmente, enquanto na FIV com ICSI cada espermatozoide é injetado diretamente no óvulo com o auxílio de um microscópio e de uma agulha extremamente fina.

Os embriões formados são então cultivados por alguns dias em laboratório. No quinto dia, com o embrião já na fase conhecida como blastocisto, tem início o teste genético pré-implantacional.

Nesta fase é realizada uma biópsia e as células do embrião são coletadas em laboratório, e, até que o resultado seja obtido, o que ocorre em cerca de 7 dias, os embriões são congelados para serem transferidos no próximo ciclo de tratamento, após a seleção dos que estiverem livres da doença pesquisada.

Saiba quais distúrbios genéticos o PGT identifica

Geralmente causadas por um único (monogênicas) gene, dominante ou recessivo, as doenças genéticas identificadas pelo PGT-M incluem:

Gene dominante

Se o gene for dominante, as chances de o feto herdar o distúrbio são de cerca de 50%. Algumas das doenças de genes dominantes que podem ser identificadas são:

Acondroplasia, quando o desenvolvimento ósseo imperfeito causa nanismo;

Síndrome de Marfan, transtorno do tecido conjuntivo que resulta em membros longos e defeitos cardíacos.

Gene recessivo

Genes recessivos registram chances de transmissão de 25%. Entre as principais doenças genéticas transmitidas por genes recessivos estão:

  • Fibrose cística, um distúrbio das glândulas que causa excesso de muco nos pulmões;
  • Doença falciforme, que resulta em glóbulos vermelhos anormais;
  • Doença de Huntington, em que as células nervosas do cérebro rompem ao longo do tempo;
  • Doença de Tay-Sachs, em que há uma degeneração progressiva do sistema nervoso central, mais comum na faixa etária de 5 anos de idade, geralmente fatal.

Distúrbios relacionados ao cromossomo X, consequência de genes dominantes ou recessivos, também são identificados, incluindo a hemofilia, caracterizada por problemas de coagulação sanguínea, e a síndrome do cromossomo X frágil, uma doença genética que causa deficiência intelectual e distúrbios cognitivos.

Por outro lado, as anormalidades cromossômicas identificadas pelo PGT-A e o PGT-SR podem ser numéricas ou estruturais. As numéricas têm como característica a presença ou ausência de um ou mais cromossomos do que o normal e são chamadas aneuploidias.

As aneuploidias provocam falhas na implantação do embrião e aborto de repetição, da mesma forma que levam ao desenvolvimento de condições como a síndrome de Down (trissomia do cromossomo 21).

Já as anormalidades estruturais podem causar alterações na espermatogênese, formação dos gametas masculinos, ou mesmo embriões com alterações cromossômicas graves, quando a alteração estrutural acontece em qualquer um dos gametas.

Anormalidades cromossômicas são herdadas ou ocorrem como consequência do envelhecimento, quando há diminuição natural da qualidade dos gametas (óvulos e espermatozoides).

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