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Preparo seminal

Preparo seminal

Preparo seminal é o método que possibilita a seleção dos gametas masculinos mais saudáveis para serem fecundados ou congelados. É uma das etapas mais importantes em tratamentos de reprodução assistida, como a inseminação artificial (IA) e a FIV (fertilização in vitro).

É realizada por diferentes técnicas. A mais indicada para cada caso é definida a partir dos resultados fornecidos pela análise das amostras, que possibilita a determinação de critérios como qualidade seminal, concentração e percentuais de motilidade ou de alterações morfológicas.

Este texto explica o funcionamento do preparo seminal, destacando as principais técnicas utilizadas para realização do procedimento.

Como a preparação seminal funciona?

Para realizar a análise do sêmen, podem ser coletadas duas diferentes amostras por masturbação em recipientes estéreis na própria clínica de reprodução assistida.

São avaliados aspectos macroscópicos e microscópicos: qualidade seminal – pH, cor, volume, viscosidade e liquefação –, assim como a concentração, morfologia e motilidade dos gametas masculinos, respectivamente.

Os resultados diagnósticos indicam a técnica mais adequada para o preparo seminal. Geralmente são utilizadas a lavagem simples, a migração ascendente (swim-up) ou o gradiente descontínuo de densidade.

A lavagem simples é a técnica mais adequada nos casos em que as amostras apresentam maior qualidade. No procedimento, elas são centrifugadas duas vezes em um meio de lavagem, possibilitando, assim, a seleção dos espermatozoides com maior motilidade.

Já a técnica mais indicada quando os espermatozoides estão dentro dos padrões de normalidade é a migração ascendente ou swim-up. A capacidade de o espermatozoide nadar da amostra de sêmen depositada no fundo do recipiente para o meio de cultura, no topo, é o principal critério avaliado. Os que possuem melhor qualidade se desprendem com a força de centrifugação, nadam para a superfície e ficam armazenados no meio de cultura.

O gradiente descontínuo é a técnica mais adequada para amostras com menor qualidade e percentuais baixos de concentração, motilidade e morfologia dos gametas masculinos.

Na técnica, a aplicação de uma força centrífuga nos espermatozoides os estimula a vencer gradientes de densidades diferentes: a amostra de sêmen, posicionada no topo do meio de cultura, é centrifugada e os espermatozoides com melhor morfologia e motilidade, de maior densidade, formam um sedimento no fundo do tubo, enquanto os menos saudáveis estratificam na camada superior.

Um percentual expressivo de espermatozoides saudáveis é recuperado pelo preparo seminal. Para obtenção da gravidez, na IA eles são inseridos em um cateter e depositados no útero durante o período fértil, enquanto na FIV, óvulos e espermatozoides são fecundados em laboratório.

Atualmente, o método mais utilizado é a FIV com injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI). Nele, os espermatozoides são analisados com o auxílio de um microscópio de alta potência e os que apresentam a melhor qualidade são injetados diretamente no citoplasma do óvulo.

O procedimento proporciona maiores chances de fecundação, quando comparado ao método clássico.

Na FIV, quando a análise seminal indica a ausência de espermatozoides no sêmen – azoospermia –, eles podem ser recuperados dos epidídimos ou dos testículos por PESA, MESA, TESE ou Micro-TESE.

PESA (percutaneous epididymal sperm aspiration ou aspiração percutânea de espermatozoides do epidídimo) e MESA (microsurgical epididymal sperm aspiration ou aspiração microcirúrgica de espermatozoides do epidídimo) são as técnicas utilizadas para recuperá-los do epidídimo, duto que os armazena até adquirirem motilidade, capacidade de se locomover.

Já a recuperação dos testículos é feita pelas técnicas TESE (testicular sperm extraction ou extração testicular do esperma) e Micro-TESE (microdissection testicular sperm extraction ou extração de espermatozoides por microdissecção testicular).

O percentual de espermatozoides recuperados por todas as técnicas é bastante expressivo. Após a seleção e recuperação, os espermatozoides podem ser ainda congelados para utilização no futuro ou para doação.

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