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Conscientização sobre a Endometriose: tabu sobre a saúde menstrual

Conscientização sobre a Endometriose: tabu sobre a saúde menstrual

Março é marcado por ações e manifestações mundiais para a conscientização sobre a endometriose. Trouxe dados de uma nova pesquisa realizada com duas mil mulheres pela Endometriosis UK que comprovam a importância desses esforços. Vamos a eles:

  • 75% das mulheres participantes afirmaram que não procuraram ajuda médica, mesmo diante de possíveis sintomas clássicos da endometriose: dor pélvica crônica, movimentos intestinais dolorosos, dor ao urinar, atividade sexual dolorosa, fadiga e dificuldade para engravidar;
  • Mais de um quinto das participantes afirmaram temer que os médicos não levassem a sério o relato dos sintomas mencionados acima;
  • Três quartos (75%) das participantes disseram que adiaram a ida ao médico, mesmo sentindo cólicas incapacitantes que interferiam nas atividades do dia a dia. Esse número subiu para 92% na faixa etária de 16 a 34 anos;
  • Entre as mulheres que disseram que adiaram a ida ao médico, 24% disseram que consideravam a menstruação dolorosa “uma coisa normal da vida”, enquanto 23% alegaram que o fato “não é grave o suficiente para incomodar um médico” com isso;
  • Os dados também mostram que apenas metade (51%) se sentem à vontade para falar sobre menstruação com seus pais ou responsáveis. Os números variam quando se trata de falar com o cônjuge (73%), amigos (67%), colegas (33%), profissionais médicos (72%) ou “alguém que acabei de conhecer” (15%) – o que significa que muitas se sentem desconfortáveis com tais discussões.

O que a pesquisa nos diz?

É muito importante que uma mulher que sinta dor pélvica crônica ou outros sintomas de endometriose, converse com um ginecologista… “Os sintomas da endometriose podem começar na puberdade e, em alguns casos, o impacto da doença pode perdurar por toda a vida, inclusive após a menopausa, sem contar na fase reprodutiva, que pode ser seriamente impactada pela doença”, afirma o especialista em Reprodução Assistida, Alexandre Lobel, diretor da Clínica Venvitre.

Segundo o médico, “no passado, os sintomas da endometriose podem ter sido considerados como ‘normais’ ou ‘não graves’, mas esses conceitos estão sendo superados na prática clínica. A cólica não é mais considerada uma ‘queixa menor’”.

As informações da pesquisa inglesa são um sinal de alerta. “Não podemos continuar a ignorar e a normalizar os sintomas debilitantes da endometriose e o impacto dessa doença na vida da mulher”, defende Lobel.

Como o tempo médio para o diagnóstico da doença é de oito anos, é necessária uma ação urgente para garantir que todas as mulheres afetadas pela doença tenham um diagnóstico imediato e acesso aos cuidados adequados. Manter um diário de dor e sintomas é uma das estratégias que pode ajudar a mulher a falar com seu médico, ajudando-o a entender o que ela está sentindo, apoiando o diagnóstico.

Enquanto estamos lutando nesse contexto, muitos marços ainda são necessários para uma maior conscientização sobre a endometriose. A própria pesquisa inglesa aponta que apenas 49% do público está ciente de que a endometriose é uma condição de saúde ginecológica.

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