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Tratamento de Câncer causa infertilidade?

Tratamento de Câncer causa infertilidade?

Esse é um assunto bastante delicado. O acolhimento de pacientes que estão para realizar tratamento de câncer é especial. Saiba que aqui no consultório damos todo o apoio e oferecemos agilidade para preservar a fertilidade.

Estudos apontam que cerca de 10% a 30% dos casais em idade fértil no mundo têm algum problema relacionado à fertilidade. Desse total, parcelas iguais (de cerca de 35%) dizem respeito a fatores femininos e masculinos, 20% se devem a problemas com os dois integrantes do casal e os últimos 10% são os chamados casos de infertilidade sem causa aparente (ISCA).

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), infertilidade consiste na impossibilidade de conseguir uma gestação após pelo menos 12 meses de relações sexuais regulares sem o uso de métodos contraceptivos, mas existem muitas formas de ainda assim conseguir a gestação.

As causas dessa dificuldade em engravidar podem ser diversas, desde problemas com os órgãos do aparelho reprodutor feminino ou masculino, distúrbios hormonais na mulher que interferem na ovulação, impotência sexual no homem, baixa qualidade dos óvulos ou espermatozoides e muitos outros.

Outra causa possível de infertilidade é a realização de tratamentos contra o câncer. Neste artigo, vou explicar cuidadosamente o assunto para você entender como esses tratamentos podem prejudicar o sistema reprodutor e como preservar a sua fertilidade. Confira.

O desenvolvimento dos gametas

Os gametas (óvulos e espermatozoides) são as células reprodutivas da mulher e do homem, e a maneira como elas se formam e se desenvolvem é chamada gametogênse. Entenda como ela ocorre nas mulheres e nos homens:

A gametogênese feminina

No caso das mulheres, a gametogênese começa ainda na fase intrauterina, e a menina já nasce com todos os oócitos que terá até o fim da sua vida, cada um deles no interior de um folículo ovariano.

No entanto, no momento do nascimento, os oócitos ainda estão em uma etapa inicial de maturação e se mantêm dessa forma até a puberdade, quando, por ação dos hormônios femininos, eles passam por uma nova fase de desenvolvimento.

A partir de então, a cada ciclo menstrual, um óvulo se torna maduro e sai de dentro do folículo, em um processo que conhecemos como ovulação. Nesse momento, a mulher está em seu período fértil, quando tem mais chances de engravidar.

A gametogênese masculina

No caso dos homens, a produção dos gametas (espermatozoides) começa na puberdade e vai até o fim da vida, embora ele também experimente uma redução da fertilidade dos 45 anos em diante.

Na fase intrauterina, o menino desenvolve células chamadas de espermatogônias, que dão origem aos espermatozoides. Na puberdade, elas começam a se multiplicar e, depois, se dividem, formando os gametas masculinos, os espermatozoides.

Como os tratamentos do câncer podem causar infertilidade?

Os tratamentos do câncer podem afetar a fertilidade de homens e mulheres de diversas formas. A radioterapia, por exemplo, tem o objetivo de destruir e evitar o desenvolvimento das células cancerígenas.

Quando a radiação é realizada na região abdominal da mulher, pode ocorrer a infertilidade ou até mesmo a menopausa precoce, por conta dos danos causados aos óvulos. O mesmo acontece com os homens: se realizada diretamente nos testículos ou na região pélvica, a radioterapia é capaz de prejudicar a produção de espermatozoides.

Outro fator importante é que, quando realizada no útero, a radioterapia pode deixar cicatrizes. Dessa forma, o fluxo de sangue e a flexibilidade desse órgão são prejudicados, o que, em caso de gravidez após o tratamento, aumenta os riscos de aborto espontâneo e de parto prematuro.

Já se a irradiação for realizada no cérebro, é possível que a glândula pituitária, que estimula a produção dos hormônios femininos pelo ovário, seja prejudicada, o que também tende a causar infertilidade.

Os medicamentos utilizados na quimioterapia também podem causar danos e até mesmo destruir os óvulos. É recomendado ainda que a mulher evite engravidar por pelo menos seis meses após o tratamento de quimioterapia, pois nesse período, os óvulos em fase de maturação podem ser prejudicados, resultando em aborto espontâneo ou problemas genéticos no bebê.

No caso dos homens, como a quimioterapia atinge principalmente as células que se dividem mais rapidamente, as espermatogônias e os espermatozoides costumam ser afetados, o que pode levar à infertilidade masculina.

O que é a preservação da fertilidade?

Se ao descobrir um câncer o paciente desejar permanecer fértil, para ter filhos futuramente, há um método chamado preservação oncológica da fertilidade. Ele é realizado por meio de técnicas complementares a métodos de reprodução assistida, sobretudo a FIV (fertilização in vitro), e o procedimento deve ser realizado antes de o paciente iniciar o tratamento do câncer.

Entre as formas de preservar a fertilidade nesses casos estão:

  • Criopreservação dos óvulos: a mulher passa por um tratamento de estimulação ovariana e depois por um procedimento de punção para coletar os óvulos maduros. Eles são então congelados e, futuramente, fertilizados em laboratório para que os embriões sejam transferidos ao útero;
  • Criopreservação de embriões: assim como na criopreservação dos óvulos, a paciente faz a estimulação ovariana e coleta os gametas. No entanto, em vez de serem congelados dessa forma, eles já são fertilizados e os embriões é que são criopreservados, para uma futura transferência;
  • Criopreservação do tecido ovariano: pacientes com câncer em estágio avançado e meninas antes da puberdade não podem fazer o tratamento de estimulação ovariana. Nesses casos, pode ser indicada a criopreservação de fragmentos do tecido ovariano;
  • Criopreservação do sêmen: o homem colhe o sêmen em laboratório por meio da masturbação. Depois de passar por um processo de preparação, que seleciona os espermatozoides de melhor qualidade, o material é congelado para ser utilizado futuramente em técnicas de reprodução assistida.

Os tratamentos do câncer costumam ser bastante agressivos e, portanto, de acordo com os medicamentos e técnicas utilizadas, eles podem causar infertilidade no paciente, seja homem, seja mulher.

A preservação oncológica da fertilidade é uma técnica complementar à FIV que pode ser utilizada para possibilitar que a pessoa venha a ter filhos biológicos no futuro, com o auxílio da reprodução assistida. Para saber mais, toque aqui.

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